ROMA, 12 DEZ (ANSA) – O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, se reuniu nesta sexta-feira (12), em Roma, com a premiê da Itália, Giorgia Meloni, e discursou em um evento anual promovido pelo partido da líder de direita.
Abbas foi recebido no Palácio Chigi, sede do governo italiano, durante cerca de meia hora, e depois foi levado por Meloni para o “Atreju”, congresso organizado anualmente pela ala jovem da legenda Irmãos da Itália (FdI) e que costuma atrair representantes de todo o espectro político.
A participação do presidente palestino no evento é uma maneira encontrada pela premiê de responder às críticas da oposição, que a acusa de ser conivente com os excessos de Israel na guerra na Faixa de Gaza.
“Estou muito contente que você esteja aqui no Atreju. Sua presença demonstra o quanto a Itália é central e protagonista na difícil crise no Oriente Médio e o quanto pode ser central e protagonista no difícil percurso rumo à paz, com a perspectiva de dois Estados”, declarou Meloni ao apresentar Abbas para o público.
“E faz justiça às muitas falsidades que ouvimos sobre o governo italiano nos últimos meses”, salientou a primeira-ministra, em referência às críticas de adversários sobre sua postura no conflito entre Israel e Hamas.
Em seu discurso, Abbas agradeceu pelo apoio da Itália ao processo de paz no Oriente Médio e pelas ajudas humanitárias e médicas à população civil de Gaza, além de defender que a ausência de um Estado palestino é “fonte de instabilidade e de extremismo na região”.
“O nosso objetivo é o de uma paz estável e duradoura com dois Estados. A Palestina pode ter o formato de 1967 ao lado de Israel, com respeito recíproco, o único modo de garantir paz permanente em nossa região”, afirmou o presidente para um auditório lotado.
“O Estado da Palestina não será uma preocupação de segurança para ninguém, mas sim um parceiro para a construção da paz.
Queremos viver com liberdade e dignidade em um Estado que rechaça a violência, assim como a Itália”, assegurou Abbas, acrescentando que apenas “instituições legítimas” terão direito a armas, em um claro recado para o Hamas, que controla Gaza e ainda resiste a se desmilitarizar.
O líder palestino continuará na Itália no sábado (13), quando se encontrará com líderes da oposição, como os deputados Elly Schlein, secretária do progressista Partido Democrático (PD), Angelo Bonelli e Nicola Fratoianni, ambos da Aliança Verdes e Esquerda (AVS).
A oposição vem pressionando Meloni a reconhecer o Estado palestino, porém o governo argumenta que seria contraproducente fazer isso neste momento. (ANSA).