O presidente palestino, Mahmud Abbas, disse nesta quarta-feira que está disposto a retomar as negociações de paz caso o governo israelense cesse a colonização nos Territórios ocupados.

“No minuto em que o governo israelense aceitar suspender todas as suas atividades de colonização (…) a direção palestina estará pronta para retomar as negociações”, declarou Abbas após o discurso do secretário americano de Estado, John Kerry, no qual afirma que a colonização coloca em risco a solução de dois Estados, a única capaz de obter a paz.

Kerry, enfatizou nesta quarta-feira que o único caminho que garantirá a paz entre Israel e Palestina é a negociação de uma solução de dois Estados, e advertiu que essa saída corre grave perigo com as colonizações.

Segundo Kerry, Israel caminha para uma “ocupação perpétua” da terra palestina.

Ao explicar a decisão dos Estados Unidos de não vetar a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenou os assentamentos israelenses, Kerry disse que “o voto na ONU era para preservar a solução de dois Estados”, e que os assentamentos impedem qualquer processo de paz com os palestinos.

“Qualquer pessoa que pense seriamente na paz não pode ignorar a realidade da ameaça que os assentamentos representam. A política de assentamentos está definindo o futuro em Israel. E seu propósito é claro. Eles acreditam em um único estado: a grande Israel”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu afirmando que “assim como a resolução do Conselho de Segurança que o secretário Kerry promoveu na ONU, seu discurso desta noite é tendencioso contra Israel”.

“Durante mais de uma hora, Kerry abordou, obsessivamente, o tema das colônias e apenas tocou na raiz do conflito – a oposição palestina a um Estado judeu em qualquer tipo de fronteira”, completou.

“Não precisamos receber lições de dirigentes estrangeiros”, sentenciou o premier israelense.

“O Oriente Médio se inflama, o terrorismo faz estragos, e Jonh Kerry critica a única democracia da região”, lamentou Netanyahu, expressando sua esperança de que o governo Barack Obama “não cause novos danos à ONU”.