A política israelense pode causar uma verdadeira “explosão” na Cisjordânia ocupada, um cenário frequente de confrontos, declarou o presidente palestino, Mahmud Abbas, nesta quinta-feira (30) durante uma conversa por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin.
Abbas falou com o presidente russo esta manhã, menos de dois dias depois de se reunir com o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz.
O encontro entre Abbas e Gantz foi “a última chance antes de uma explosão”, comentou no Twitter o ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al-Sheikh, sem fornecer mais detalhes sobre o assunto.
Em conversa com Putin, cujo país integra o quarteto formado pela ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia pelo Oriente Médio, Mahmud Abbas atribuiu essa possível “explosão” na Cisjordânia à política israelense.
Nesse sentido, Abbas “sublinhou a importância de acabar com as políticas unilaterais de Israel em relação às colônias, o confisco de terras, a expulsão de palestinos em Jerusalém Oriental […] e o terrorismo dos colonos, já que essas medidas israelenses levará à explosão da situação”, indicou a agência oficial palestina Wafa.
Após a visita de Abbas, o Ministério da Defesa de Israel anunciou “medidas de confiança” para aliviar a situação econômica da Autoridade Palestina e reduzir as tensões na Cisjordânia, território palestino que Israel ocupa desde 1967.
No entanto, nesta quinta-feira, Abbas disse a Putin que “medidas econômicas e de segurança não são um substituto para um processo político”, e garantiu que os líderes palestinos terão que tomar “decisões-chave” durante o Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que será realizado nos próximos meses.
O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) registrou 410 ataques de colonos israelenses contra palestinos nos primeiros 10 meses de 2021.
Segundo o relatório anual do exército israelense, 100 ataques foram realizados contra israelenses na Cisjordânia ocupada em 2021.