13/03/2017 - 11:13
CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR (ANSA) – Por Marcos Romero. O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultrapassando o petróleo como produto de exportação que mais gera lucros para o país, de acordo com os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Economia do Estado. No entanto, ecologistas se queixam que o crescimento na demanda do fruto, abundante em vitamina E, está causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma ser usada como acompanhamento dos principais “snacks” dos norte-americanos em competições esportivas, como o Super Bowl. Durante os intervalos da partida, aliás, grandes companhias e produtoras da fruta difundem anúncios publicitários. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma propaganda de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista por 130 milhões de espectadores, chegou a US$ 5 milhões. A Associação de Produtores e Empacotadores de Abacate do México (Apeam) é a encarregada de financiar essa mensagem, que é transmitida pela emissora de televisão “Fox” e na qual são exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas do popular molho “guacamole”, que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse jogo de futebol americano. A maioria do abacate que se consume nos Estados Unidos é produzido nos campos do estado de Michoacán, o que é criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da produção do fruto no país está causando danos à ecologia já que muitas terras florestais estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate, mais rentáveis.
No ano passado, o México exportou mais de um milhão de toneladas de abacate para 31 países e os Estados Unidos foi o destino de 770 mil toneladas, 14% a mais que em 2015. O superávit dessas exportações, que estabeleceram uma marca histórica, foi de US$ 2,2 milhões, segundo o Ministério de Economia. Em Michoacán, produtores do alimento dizem que a revisão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá encarecer o abacate e reduzir o consumo. Mesmo assim, especialistas estimam que as exportações manteriam o mesmo nível devido à grande demanda dos norte-americanos e os produtores afirmam que poderiam sobreviver com suas vendas à Europa, principalmente à Holanda e à Alemanha, e à Ásia, sobretudo Japão e China, grande consumidor de abacate. Em diferença ao petróleo, do qual o México também tem ampla competência, no caso do abacate a produção nacional é responsável por quase um terço de todo o consumo mundial, mesmo que haja, atualmente, 60 nações que produzem a fruta. O mexicano costuma ser o preferido para a maioria do planeta por serem produzidas no país as três das variedades mais conhecidas e consideradas deliciosas do alimento: o hass, o criollo e o fuerte. Os principais produtores de abacate no mundo são México, República Dominicana, Colômbia e Peru. Mesmo assim, a produção no México supera quase quatro vezes as exportações do segundo maior exportador em nível mundial, o país da América Central.
(ANSA)