As 19h21, do domingo 28 de outubro, Jair Messias Bolsonaro, capitão do Exército reformado e parlamentar por quase três décadas, foi proclamado pelo TSE o 38º presidente do Brasil. É Jair porque seu pai idolatrava o jogador Jair da Rosa Pinto, é Messias porque sua mãe, religiosa, assim o queria. Tudo acabou no apelido “palmito”, mas até que “palmito”, sincopado, ajudou: virou “mito”. Feita essa digressão, Bolsonaro chega à função de mais alto mandatário do País sustentado por cerca de 58 milhões de votos, derrubando o seu oponente político, o petista Fernando Haddad — mero porta-voz de Lula, estima-se que, ao longo da campanha, tenha passado mais de 400 horas ouvindo instruções do companheiro-chefe, preso em Curitiba. O eleitor optou pelo conservadorismo acreditando no fim da corrupção, na instauração de uma verdadeira política econômica liberal e no exugamento do Estado (vale lembrar que o Estado e a economia liberais, classicamente, também são os que respeitam a democracia e as garantias fundamentais). A campanha, do lado PSL, partido de Bolsonaro, e do lado petista, foi marcada pelo ódio, por desinformação e pela intolerância, como jamais se vira no País — e chegou criminosamente ao ápice com uma facada desferida por contra Jair Bolsonaro, na cidade mineira de Juiz de Fora. Rasgou-lhe parte do intestino grosso. Um pouco mais fundo e o ataque teria sido fatal.