Quanto vai de líder no 5G até à 25 de Março? Em duas semanas, algumas máscaras falsas acabaram com 20 anos de reputação em iphones verdadeiros.

Diz a história que sempre que a China sai de casa ela se implode por dentro. No século XV quando a China tinha tudo organizado para ser a primeira potência marítima global da humanidade, uma guerra de imperadores lhe acaba com a expansão marítima.

Nos séculos seguintes, lançar um barco representava pena de morte e a China se encarcerava sozinha entre as montanhas do Tibete, no sul; os desertos gelados dos “tãos”, Cazaquistão, Afeganistão, Paquistão e Tajiquistão, no ocidente e a norte, na única fronteira que a geografia não amaldiçoou, os Imperadores Ming aumentaram generosamente a Grande muralha da China.

Nessa altura, isolados do mundo e atrasados tecnologicamente eles esperam sentados ataque japonês na guerra da Coreia fumaram todo o ópio com que os ingleses os como até à morte por causa do chá.

Esta entrada no século XX custou à China o comboio da Revolução Industrial e outro isolamento de várias gerações, completado em grande estilo com a revolução cultural de Mao Zedong, que matou mais gente que quinhentas pandemias.

A vingança do chinês

Assim os Chineses viveram séculos, até que um novel comunismo capitalista descobriu que podia triunfar aproveitando um vício do ocidente ainda maior que a cocaína: o consumo.

Topando a oportunidade, os filhos de Mao produzem cópias baratas do luxo ocidental. Durante 30 anos fabricam tanta coisa falsa que chinesice virou sinónimo de má qualidade.

Só que a má fama dava grana e foi com todo esse dinheiro a China mudou seu paradigma social. Criou uma enorme classe média comedora de carne e mais consumista que os Champs Eliseés.

Em pouco tempo esta China capitalista cria uma elite moderna e sofisticada, educada pelos melhores padrões ocidentais e — atendendo a demanda global — se transforma no país mais investidor em tecnologia e inovação.

E tudo até bem quando o inesperado aconteceu…. um vírus! E o ocidente precisou de máscaras e respiradores para salvar vidas; e os chineses inexplicavelmente voltaram às origens. Sendo o único país que exportava, em vez de ajudar especulava. Em vez de cuidar, abusava.

Cônscio da insanidade o governo fecha fábricas e exportações, mas é tarde de mais. Direito de resposta não lava honra perdida e num instante a etiqueta “Made in China”, virou lixo.

Dois meses de tesão acabaram com 30 anos de reputação, mas talvez o mandato do Céu fique mais perto de Taiwan que do Vale do Silício. Pode que no final a vingança nem seja do chinês.