Mais uma vez a falta de compromisso da humanidade com a preservação do meio ambiente está demonstrada cientificamente. O descaso que chama atenção agora é contra os oceanos, e foi revelado por um grupo de cientistas norte-americanos e chineses das universidades estadual da Flórida e de Nanjin. Constatou-se que as manchas de óleo sobre os mares de todo o mundo, juntas, são maiores que duas vezes o território da França. Ou seja, entre os anos de 2014 e 2019 a poluição por óleo nos mares alcançou uma área superior a 1,5 milhão de quilômetros quadrados. O fato, puro e simples é catastrófico para o futuro da humanidade, já que 94% desse volume de sujeira está relacionado com a ação humana, segundo os pesquisadores. O estudo chamado de Mapa Global de Poluição foi divulgado pela renomada publicação científica Science.

“São sintomas de uma grande tragédia ambiental” Marcelo Lima, porta-voz do Greenpeace (Crédito:Divulgação)

Os pesquisadores se valeram das mais de 563 imagens coletadas de satélite para identificar 452 mil partes dos oceanos cobertas por óleo. Aos negacionistas científicos que pretenderem criticar o estudo, vale destacar que será difícil refutá-lo, dado que os cientistas tomaram o cuidado de observar que, há sim, vazamento de substâncias poluentes como o óleo, advindos de reservatórios naturais nas profundezas do oceano. Acontece, no entanto, que a área reconhecida com esse tipo de contaminação equivale a apenas 6% do total. Por outro lado, os diversos e frequentes escapes identificados na pesquisa saíram de instrumentos e estruturas próprias de exploração de petróleo.

O quadro trágico de poluição marinha traçado no estudo, aponta ainda que a maior porção de poluentes está alocada perto do litoral, a uma distância de 38 quilômetros da costa. “O estudo apresenta um sintoma de uma tragédia ambiental. E vale lembrar que a queima de combustíveis fósseis é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa”, diz Marcelo Lima, porta-voz de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.