O distanciamento social causado pela pandemia impactou diretamente a área da educação no Brasil e no mundo. O fechamento temporário das escolas e faculdade forçou uma reestruturação na rotina de ensino, fazendo com que o setor da educação passasse por uma transformação significativa a partir de 2020. Pesquisas apontam que as edtechs, startups voltadas para o ensino, avançaram 10 anos em 5 meses durante os dois anos de pandemia.

Com métodos inovadores de ensino e preços competitivos, os streamings de educação ajudaram a democratizar o acesso à conteúdos especializados, fazendo com que as plataformas se tornassem as queridinhas entre os estudantes de todo país, independentemente do nível de ensino, mas, até mesmo, no nível superior, onde a exigência de conhecimento e concorrência por vagas nas especializações é ainda maior.

Quando falamos em medicina, essa concorrência aumenta ainda mais. Em 2021, o Enare (exame nacional de medicina), teve a participação de 18.500 candidatos e 2.379 vagas, que foram distribuídas em programas de mais de 80 instituições de formação. O médico Lucas Palhares, 25, que ficou em primeiro lugar, com a marca de 947,10 pontos de 1.000 possíveis, teve uma edtech como sua principal aliada durante a faculdade.

Com o objetivo de se especializar em residência em cirurgia geral, Lucas encontrou na Sanar, startup de educação e suporte ao médico e à saúde, um complemento para seus estudos durante a faculdade. “O extensivo programado foi minha escolha para me preparar. A metodologia direcionada e focada em questões e revisão foi fundamental”, comenta. Com o resultado da prova, Lucas garantiu a prioridade na escolha do programa de residência na instituição desejada.

Segundo Caio Nunes, médico formado pela Universidade Federal da Bahia, professor e um dos fundadores da Sanar, só em 2022, a plataforma aprovou mais de 2 mil alunos (mais de 30% das vagas de residência médica no Brasil) nas principais residências do país. “Ao iniciar a minha residência, percebi que havia uma deficiência no mercado, em especial, fora do eixo sudeste. Os médicos dos estados mais afastados tinham dificuldade para atingir uma preparação mais adequada. A Sanar foi criada a partir da necessidade de uma atenção especial para classes que, até então, não conseguiam chegar a níveis de especialização na área da saúde. Nosso objetivo é preencher essas lacunas”, explica Caio.

Ao que tudo indica, as startups de educação vieram para ficar. O mapeamento Edtech 2018, produzido pela Associação Brasileira de Startups e do Centro de Inovação para Educação Brasileira, apontou 364 edtechs em solo nacional, e um crescimento de 146% nos investimentos dessas startups durante o ano de 2020, desde que começou a pandemia.

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