Na Semana da Pátria, no dia Sete de Setembro do bicentenário da Independência, quando estiver sendo reinaugurado o Museu do Ipiranga, Jair Bolsonaro fará seu último esforço totalitário e golpista antes de ser derrotado de maneira limpa e justa nas eleições. Isso é uma pequena profecia. Mas também uma projeção baseada em evidências. Pelo que vem adiantando em entrevistas, ele pretende multiplicar manifestações de apoio pelo País, promovendo suas pautas ultraconservadores e excludentes, agredindo a democracia e discursando em defesa da família brasileira na data em que se comemora o grito de Dom Pedro I. Vai se dar mal.

Será sua última cartada para reverter o quadro político desfavorável, que promete enxotá-lo para o ostracismo e, eventualmente para a prisão, em 2023. Cheio de fúria, Bolsonaro vai colocar seus motoqueiros malvados e gorduchos comedores de picanha de wagyu nas ruas, intensificando as suspeitas sobre as urnas eletrônicas e preparando o campo para melar as eleições. Está tudo planejado. A estratégia geral é estabelecida no gabinete do ódio, pelo filho 02, o vereador Carlos, do olhar rutilante. O filho 03, Eduardo, por sua vez, é o cara especialmente dedicado a desprestigiar e invalidar o processo eleitoral, impulsionado intelectualmente por idiotas como Steve Bannon e pelo falecido Olavo de Carvalho.

Bolsonaro tentará anular a eleição com argumento fraudulento. Mas tudo vai dar errado e a democracia prevalecerá

Todo ano, desde que foi eleito, Bolsonaro tem uma surpresinha no dia Sete de Setembro e a próxima será a derradeira – esperamos que nunca mais se repita. Em 2021, os festejos começaram com o desfile de tanques queimando óleo na Esplanada dos Ministérios e atingiram o ápice com Bolsonaro declarando que só sairia da presidência “preso ou morto” e estimulando a desobediência à Justiça. Agora ele deverá intensificar a discussão em torno da vulnerabilidade das urnas eletrônicas, atacar o STF e insistir na ameaça comunista, um delírio recorrente.

Mas até a data da Independência o que se deve esperar dele? Uma atitude anódina, como sempre. E, por orientação de marketing, ele tentará parecer menos imbecilizado, o que tem sido o maior desafio de seus cuidadores. Procurem observar ele lendo os textos: “Pa-ra-le-le-pí-pe-do”. Nos próximos três meses, Bolsonaro vai parecer um robô, vai se encolher, tentar demonstrar alguma inteligência protocolar e ficando, no final das contas, ainda mais esquisitão. Seja como for, ele tentará agredir a democracia, mas dará com os burros n’água. Seu nefasto projeto de poder autoritário está chegando ao fim.