É difícil um estúdio de animação como a Disney manter a qualidade sem virar rotina. Ela solucionou o problema em 2006: comprou a Pixar de Steve Jobs e manteve o fundador John Lasseter como chefe de criação, Desde a fundação em 1986, a Pixar se dedica à inovação. Faz isso mesmo com uma continuação que parece desprovida de surpresas, como “Os Incríveis 2”. O primeiro filme da família de super-heróis, de 2004, foi bem-sucedido.

A continuação dobrou a arrecadação. O fim de semana de estreia nos EUA, em 5 de junho, bateu o recorde no gênero e arrecadou US$ 180 milhões. A bilheteria mundial acaba de chegar a U$ 500 milhões. O botão do sucesso é a singeleza. “A surpresa está no início”, diz o diretor Brad Bird. “É a história de uma família banal, só que formada por super-heróis”. Na aventura, o casal Roberto e Helena consulta um coach de carreira, que aconselha uma reposição de marca, com protagonismo feminino. Sugere a Helena voltar a combater o crime como Mulher-Elástica, enquanto Roberto (Senhor Incrível) fica em casa com as três crianças. A inversão dos papéis produz risos, perseguições e calafrios inofensivos.

O erro do criador da Pixar

Jesse Grant

O executivo e diretor da Dinsey-Pixar, John Lasseter, de 61 anos, deixará o emprego no fim deste ano. Em novembro de 2017, o movimento #MeToo denunciou que Lasseter assediou sexualmente dezenas de funcionárias. Ele pediu desculpas a elas e tirou férias. Voltou e se prepara para abandonar o posto de sucessor de Walt Disney e de todo-poderoso dos estúdios, que comanda há 22 anos. A luta pela sucessão começou. É provável que um cérebro criativo da Pixar tome o seu lugar.