A pandemia de coronavírus já matou mais de 700 mil pessoas em todo o mundo, contaminou mais de 20 milhões e, mesmo assim, a comunidade médica e científica ainda tem enorme dificuldade para decifrar o funcionamento da doença. E o vírus acaba de pregar mais uma peça nos cientistas: a possibilidade de reinfecção. Já foram constatados dois casos específicos, o primeiro em Boston, nos EUA, e o segundo em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 27 de junho. No caso brasileiro, a paciente em questão é a técnica de enfermagem Gabriela Carla da Silva, 24, que trabalha numa Unidade Básica de Saúde (UBS), na ala de Covid-19. Ela foi contaminada pelo novo coronavírus inicialmente em 4 de maio. Após quatro dias enferma, a jovem foi submetida à coleta de secreção da nasofaringe e orofaringe, e o resultado deu negativo. Porém, num segundo exame, realizado no nono dia, Gabriela teve a confirmação da contaminação. Ela teve vários sintomas e levou doze dias para se curar, sem necessidade de maiores intervenções médicas.

Divulgação

Depois, em 27 de junho, quando acreditava estar livre do coronavírus, a enfermeira voltou a apresentar os sintomas. Gabriela foi assistida no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto. O médico que acompanha o caso, Fernando Belíssimo, disse em entrevista coletiva que “ao que tudo indica, inclusive pelo exame sorológico, a paciente não desenvolveu anticorpos suficientes quando testou positivo em maio”. A instituição divulgou um estudo no qual apresenta a conclusão de que, apesar de ser extremamente rara, “a reinfecção por SARS-CoV-2 e o adoecimento por Covid-19 em mais de uma ocasião são eventos possíveis”. Apesar de o documento reconhecer a possibilidade de reinfecção, ainda pairam dúvidas a respeito. Para o professor da Faculdade de Medicina da USP, Marcos Boulos, integrante do comitê de contingenciamento do governo de São Paulo, não é provável uma reinfecção em tão pouco tempo. “Em toda infecção por vírus existe resposta imune que protege por algum tempo contra reinfecções”, afirma. O professor entende que os casos do tipo foram descritos em pouco tempo, o que pode revelar algum erro em algum dos testes realizados. “Não devemos nos preocupar com eventos ocasionais”, diz Boulos.

Cabines de limpeza

O parque Villa-Lobos, em São Paulo, está ganhando cabines de desinfecção contra a Covid-19. Essas câmaras estão sendo instaladas em terminais de ônibus e na entrada de hospitais públicos de todo o País. Ao passar por dentro da estrutura, a pessoa recebe jatos de aerossol que contém substâncias desinfetantes. Porém, a Anvisa desautoriza uso devido à falta de comprovação de eficácia científica


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