Nana Caymmi tem 78 anos e jura que voltou à adolescência — pelo menos musicalmente. “Estou numa viagem de volta ao passado”, diz à ISTOÉ. “As músicas que formaram minha personalidade me visitam de novo.” Ela mora a maior parte do ano na cidadezinha de Pequeri, na Zona da Mata Mineira, terra natal da mãe, a cantora Stella Maris. “Cansei de ver gente presa a um aparelho, sem olhar para ninguém”, diz. “E ninguém mais ouve discos. Eu ouço.” São os LPs favoritos dos tempos de garota. Assim voltou a amar as canções de Tito Madi (1929-2018) e gravou o álbum “Nana Caymmi canta Tito Madi” (Biscoito Fino), com onze clássicos desse cantor e autor precursor da Bossa Nova. “Cansei de ilusões” e “Chove lá fora” conta com arranjos do irmão Dori e de Cristóvão Bastos. “Tito é um paulista que os paulistas ignoram”, afirma. “Ele compôs sambas de boate que não se fazem mais.” Nana diz que se apropriou do projeto do cantor Emílio Santiago, que morreu antes de realizá-lo. “Tito teve tempo de ouvir e aprovar o disco”, alegra-se. Seu canto está mais leve e juvenil do que nunca.

 


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