Privados do contato físico pela pandemia, os residentes de lares de idosos na Itália podem finalmente se reunir com segurança com suas famílias graças à “sala do abraço”, na qual são protegidos por plástico.

Trata-se de uma solução original, pois o recinto é uma espécie de tenda inflável e móvel.

A iniciativa surgiu na província meridional de Avellino, perto de Nápoles, e desde o Natal a “sala do abraço” corre por toda a região, passando vários dias em cada lar.

Para ter acesso a essa estrutura de plástico azul e branca, os interessados devem reservar um horário e depois usar uma espécie de túnica, luvas e máscara antes de entrar para finalmente se reunir com seus entes queridos.

Através de uma espécie de tecido plástico transparente, com aberturas que permitem inserir os braços e abraçar as pessoas.

O tempo de cada visita é limitado, dez minutos para cada residente.

Para evitar qualquer risco de contágio, os dois espaços separados pelo pano plástico são desinfetados antes de cada reunião.

Na terça-feira, a agitação reinou no asilo de Montefalcione, uma pequena e pacata cidade.

“A ‘sala do abraço’ finalmente chegou!”, exclamou Saveria Sordillo com entusiasmo, a jovem encarregada da residência.

“Nossas portas estão fechadas para as famílias desde março. Evitamos qualquer contato com o exterior, nos protegemos com nossos moradores dentro da estrutura”, lembrou à AFPTV.

“O único contato que eles tiveram foi através de uma porta de vidro, então não houve contato físico”, explicou.

Nessa ocasião, em vez disso, eles podem abraçar, apertar as mãos, um momento especial após meses de separação.

“Parece o início de uma vida mais normal. O contato físico quase desapareceu e agora começa a existir novamente”, disse.

Moreno Magliaro, de 71 anos, está feliz depois de poder abraçar a amiga Assunta Testa.

“Foi comovente, um momento de intensa alegria”, confessou com os olhos ainda brilhando.

Assunta compartilha essa emoção: “Sentir suas mãos quentes nas minhas foi magnífico”, ela comoveu-se.

Annamaria Alfano e Maria Alfano, nora e neta de um convidado, partilham desses sentimentos: “Foi muito bom, é bom poder apertar a mão (…) O contacto físico é magnífico, é o que mais sinto falta”, dizem.

Para Carmine De Blasio, responsável pela iniciativa e responsável pelos serviços sociais, considera que se trata de oferecer “um gesto de humanidade”.

“Já estivemos em quatro lares de idosos, oferecendo a possibilidade de abraçar cerca de 200 idosos”, disse.