11/02/2022 - 9:30
Enquanto a Rússia aumentava a sua presença militar na fronteira com a Ucrânia e enviava seis navios de guerra ao Mar Negro, teve início na semana passada um ciclo de conversas entre líderes com objetivo de mitigar a tensão. A entrada em cena do presidente da França, Emmanuel Macron, e do chanceler alemão, Olaf Scholz, tentou mostrar aos EUA e à Rússia que eles não são soberanos nas decisões. Nos encontros houve cortesia, mas, assim que encerrados, cada parte demonstrou bom grau de irredutibilidade. Pode até ser que das conversações nasça uma solução, mas até a quarta-feira 9, no entanto, pouco se evoluíra nessa direção. A reunião tida como a mais vital deu-se em Moscou entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e Macron.
Um dos entraves centrais é a reivindicação de Putin de que a Ucrânia não seja aceita na Otan. A França é contrária a esse veto e advoga pela política de “portas abertas” na organização. Ao final do encontro, Macron, a quem interessa consolidar-se como estadista com olhos na reeleição em abril, declarou que selara com Putin um compromisso. “Não ocorrerá agravamento da crise”, declarou ele, antes de embarcar para Kiev onde se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, por sua vez, que “Rússia e França não chegaram a nenhum acordo”. Após conversar com Zelensky, Macron defendeu como “único caminho para a pacificação o cumprimento dos Acordos de Minsk”. O ponto principal dos acordos é um cessar-fogo permanente entre separatistas pró-Rússia e forças ucranianas.
Há um gasoduto no meio do caminho
Outra conversa considerada importante ocorreu nos EUA: o presidente Joe Biden recepcionou o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. Tudo eram flores, mas após a reunião viu-se que Biden não dera um passo atrás. Foi incisivo ao afirmar que o gasoduto Nord Stream 2, que une os campos de produção russos à Alemanha, não operarão se Vladimir Putin invadir a Ucrânia. A Alemanha defende o Nord Stream, os EUA querem aumentar a sua própria exportação de gás liquefeito de petróleo.
MEIO AMBIENTE
Madeireiros e garimpeiros ilícitos abrem guerra contra fiscais
Estudo da Associação Nacional dos Servidores Ambientais (Ascema): nos últimos cinco anos foram registrados quinze casos, considerados graves, nos quais estiveram em risco funcionários do Ibama ou o patrimônio da instituição. Desse número total de ataques, dez foram feitos com fogo. Completamente abandonados e boicotados pelo governo federal, agentes do Ibama apontam desde retaliações políticas a atentados armados quando tentam exercer a sua função de fiscalização em áreas mais ocultas da Amazônia nas quais há violentas disputas entre o garimpo, que é ilegal, e as madeireiras fora da lei. No mês passado o Ibama teve um helicóptero incendiado.
EDUCAÇÃO
Sequela da pandemia
A Covid-19 deixa mais uma sequela na sociedade brasileira: no período do auge pandêmico, cresceu 66% o número de crianças de seis e sete anos analfabetas. Ou seja, o contingente infantil que não sebe ler nem escrever passou de 1,4 milhão para 2,4 milhões. O estudo que comprova tecnicamente a impactante cifra foi realizado pela organização não governamental Todos pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. Correto seria concluir a alfabetização aos sete anos. O problema se soma a outro: no Brasil, 40% das crianças não assimilaram a leitura na idade correta.
TRABALHO
À vontade na audiência
Reuniões virtuais em sistema de trabalho home-office se tornaram algo comum e, nelas, vez por outra ocorrem casos incomuns. Foi o que aconteceu com o advogado Alberto Toron. Durante uma audiência online do Superior Tribunal de Justiça, ele surpreendeu a todos os participantes ao tentar abrir a porta do fundo do escritório em que estava. Na imagem, Toron aparece vestido com paletó, camisa social, gravata, bermuda curta e sandálias.
