O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, minimizou neste domingo (2) o peso de uma eventual contestação do resultado das urnas eletrônicas. O ministro abordou o assunto ao ser questionado sobre a existência de um plano de reação a possíveis ataques diante da escalada do discurso de Jair Bolsonaro.

Moraes falou à imprensa cerca de duas horas antes do início do processo de totalização dos votos e valeu-se de uma analogia futebolística para explicar a posição da corte. “Sou corintiano, como todos sabem. Até hoje, contesto a vitória do Internacional em 1976, quando aquela bola bateu na trave, bateu fora e foi dado gol. Contesto até hoje, mas fico com minha contestação para mim mesmo. É assim que o tribunal vai tratar quem contestar as eleições”, disse, em coletiva na sede do TSE.

O ministro voltou a classificar como “falsa e mentirosa” a auditoria em que o PL alega ter encontrado “vulnerabilidades relevantes” no sistema eletrônico de votação e aponta brechas de ataques hacker, com a possibilidade de “grave impacto nos resultados das eleições”. Moras frisou que investigações, conduzidas no inquérito das fake news, indicarão “quem fez (auditoria), como fez e quem pagou”. “Isso, além de crime eleitoral, é crime comum”, emendou, frisando a confiabilidade das urnas.

Totalização

Alexandre de Moraes sublinhou que, como é praxe, a totalização de votos começará às 17 horas. Nas seções eleitorais em que as filas se avolumam, o processo pode atrasar, porque todos os cidadãos que chegarem até esse mesmo horário poderão entrar. O ministro não antecipou a que horas a corte divulgará os resultados.

“Todos aqueles que estiverem até as 17 horas na fila vão votar normalmente. Poucas localidades têm esse excesso de eleitores e não é nada diferente do que ocorreu em outras eleições. Uma eleição tranquila, pacífica e harmoniosa não significa uma eleição sem intercorrências. Só que são pouquíssimas intercorrências perto do que alguns estavam prevendo”, avaliou.

Questionado, Moraes contou que as Forças Armadas, as quais conduzirão uma “totalização paralela” em 385 urnas, não informaram como anunciarão o resultado do trabalho, mas assegurou que não haverá divergências entre os números de boletins de urnas e os divulgados pelo TSE.

“Se um eleitor for em duas seções, somar os boletins de urna e falar que a somatória é diferente da do TSE, há um procedimento. Qual? Verificar os números daquela seção eleitoral, do TRE e do TSE. É exatamente assim que você consegue verificar qual o número verdadeiro. Isso vale para o eleitor, para as entidades fiscalizadoras ou para as Forças Armadas”, explicou. “O que posso afirmar é que não teremos esse problema”.

O ministro celebrou a falta de ocorrências de violência política. “Reitero aqui a maturidade da sociedade, de todos os lados ideológicos, que vem votando hoje com absoluta tranquilidade, mostrando a confiança na democracia e na Justiça Eleitoral”.