A repercussão polarizada da condenação de Bolsonaro nas redes, segundo este estudo

Adriano Machado/Reuters
Bolsonaro vai a hospital fazer exames após crises de soluço Foto: Adriano Machado/Reuters

A condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por uma tentativa de golpe de Estado no STF (Supremo Tribunal Federal) gerou uma repercussão ampla e polarizada nas redes sociais, segundo levantamento da Datrix.

Conforme o estudo, 24% das publicações nas plataformas digitais tiveram menções favoráveis ao resultado do julgamento; 22% foram contrárias; e 54% neutras, com domínio de conteúdos da imprensa.

+O ineditismo nas condenações de Bolsonaro e generais por golpe de Estado

A outra metade dos comentários relativos à condenação se revezaram entre celebrações de uma “vitória da democracia” e críticas de “perseguição política”. O levantamento registrou mais de 200 milhões de interações nas redes, sendo a maior parte delas advindas de políticos, veículos de imprensa e influenciadores — os chamados “stakeholders”.

A repercussão polarizada da condenação de Bolsonaro nas redes, segundo este estudo

 

A hashtag “#BolsonaroCondenado”, por exemplo, ocupou os trending topics do X (antigo Twitter) e acumulou 582 mil postagens até a manhã de 12 de setembro. “A repercussão do julgamento tem capacidade de reorganizar o debate público digital. Esse novo cenário pode moldar as conversas sobre as eleições de 2026 nesse ambiente”, disse João Paulo Castro, CEO da Datrix.

A repercussão polarizada da condenação de Bolsonaro nas redes, segundo este estudo

Primeira Turma do Supremo, durante julgamento que condenou o grupo golpista

A condenação

Em decisão consumada em 11 de setembro, o STF condenou Bolsonaro a uma pena de 27 anos e três meses, em regime inicialmente fechado; os generais Augusto HelenoPaulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto foram condenados a penas de 21 anos, 19 anos e 26 anos, respectivamente; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier foi sentenciado a 24 anos de reclusão.

O ex-chefe do Executivo e os militares trabalharam por uma ruptura institucional em 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. Conforme as investigações da Polícia Federal, o então presidente e o grupo de aliados articulavam alternativas para reverter a decisão popular e impedir a posse do petista.

Bolsonaro recebeu e editou documentos que dariam embasamento jurídico à ruptura institucional, se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para consultar a anuência das tropas à ideia e teve conhecimento de um plano para executar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes antes da troca de governo.