A condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por uma tentativa de golpe de Estado no STF (Supremo Tribunal Federal) gerou uma repercussão ampla e polarizada nas redes sociais, segundo levantamento da Datrix.
Conforme o estudo, 24% das publicações nas plataformas digitais tiveram menções favoráveis ao resultado do julgamento; 22% foram contrárias; e 54% neutras, com domínio de conteúdos da imprensa.
+O ineditismo nas condenações de Bolsonaro e generais por golpe de Estado
A outra metade dos comentários relativos à condenação se revezaram entre celebrações de uma “vitória da democracia” e críticas de “perseguição política”. O levantamento registrou mais de 200 milhões de interações nas redes, sendo a maior parte delas advindas de políticos, veículos de imprensa e influenciadores — os chamados “stakeholders”.
A hashtag “#BolsonaroCondenado”, por exemplo, ocupou os trending topics do X (antigo Twitter) e acumulou 582 mil postagens até a manhã de 12 de setembro. “A repercussão do julgamento tem capacidade de reorganizar o debate público digital. Esse novo cenário pode moldar as conversas sobre as eleições de 2026 nesse ambiente”, disse João Paulo Castro, CEO da Datrix.

Primeira Turma do Supremo, durante julgamento que condenou o grupo golpista
A condenação
Em decisão consumada em 11 de setembro, o STF condenou Bolsonaro a uma pena de 27 anos e três meses, em regime inicialmente fechado; os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto foram condenados a penas de 21 anos, 19 anos e 26 anos, respectivamente; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier foi sentenciado a 24 anos de reclusão.
O ex-chefe do Executivo e os militares trabalharam por uma ruptura institucional em 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. Conforme as investigações da Polícia Federal, o então presidente e o grupo de aliados articulavam alternativas para reverter a decisão popular e impedir a posse do petista.
Bolsonaro recebeu e editou documentos que dariam embasamento jurídico à ruptura institucional, se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para consultar a anuência das tropas à ideia e teve conhecimento de um plano para executar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes antes da troca de governo.