BRASILEIROS DO ANO – POLÍTICA

No início do processo eleitoral, em meados deste ano, o prefeito Bruno Covas não era o mais cotado para continuar à frente da prefeitura de São Paulo. As pesquisas indicavam que ele teria dificuldades para se reeleger. E quando tudo parecia impossível de ser revertido, as coisas pioraram ainda mais. A cidade foi atingida pela mais grave pandemia dos últimos cem anos e o prefeito precisou se tratar de um grave câncer, que reduziu sua imunidade, em conseqüência do que também contraiu a Covid-19. Foi aí que o jovem Bruno, de 40 anos, buscou energia onde sempre se socorre quando enfrenta contratempos: a sabedoria do avô, o ex-governador Mário Covas, com quem foi morar quando ainda era adolescente. O avô o ensinou a ter resiliência e perseverança ou “força, foco e fé”, como dizia o slogan de sua vitoriosa campanha para a prefeitura paulistana. Assim, Bruno deu uma guinada na sua administração, mostrou que estava trabalhando para os que mais necessitavam e superou os obstáculos. Conseguiu se reeleger, tratou-se da Covid e está combatendo com sucesso os terríveis tumores.

“Meu avô é a minha referência de vida. Quando eu falo da minha história, é impossível esquecer de relatar a importância do meu avô, que sempre foi o que me inspirou a fazer política, a tomar ações voltadas para aqueles que mais precisam, com seriedade, honestidade, falando sempre a verdade e respeitando o dinheiro público”, disse Bruno Covas, ao falar sobre o que mais contribuiu para obter sucesso num ano extremamente difícil e que acabou recompensado com a reeleição e com o recebimento do prêmio Brasileiro do Ano na política, concedido por ISTOÉ.

Bruno explicou que com essa energia renovadora ele pode virar a mesa, mudando a imagem da sua administração. Há um ano, segundo ele, as pesquisas lhe davam 15% de ótimo e bom, 35% de regular e 50% de ruim e péssimo. Este ano, com pandemia e tudo, o quadro foi revertido. “Chegamos na reta final da campanha com um índice de aprovação entre ótimo, bom e regular por volta de 80% e somente 20% de ruim e péssimo”, disse.

E não foi nada fácil dar essa virada. Quando ele assumiu, em 2017, como vice de João Doria, a prefeitura tinha problemas de sobra e um endividamento de 97% na relação dívida/receita. Hoje, quatro anos depois, a proporção é de 38%. “Conseguimos superar os problemas administrativos. Estamos prevendo um total de R$ 4,5 bilhões em investimentos para o ano que vem, que é o maior valor dos últimos oito anos”, explicou. Mas ainda tem problemas a serem resolvidos. Ele elenca três grandes desafios a serem superados. “O primeiro deles está na educação. Temos que recuperar o tempo perdido em que as escolas ficaram fechadas. O outro está no campo da saúde, por conta das filas para exames e cirurgias eletivas que foram suspensas durante a pandemia. Temos ainda os desafios que ficaram em decorrência do coronavírus. O maior deles é o da geração de emprego e renda.”

Bruno Covas
Um talento na política

Bruno Covas é prefeito de São Paulo desde abril de 2018. Aos 40 anos, ele acaba de se reeleger prefeito para mais um mandato de quatro anos. Bruno é neto do ex-governador Mário Covas, um dos políticos mais respeitados da história de São Paulo. Ele é advogado pela Universidade de São Paulo (USP) e economista pela Pontifícia Universidade Católica (PUC). Aos 15 anos, deixou a casa dos pais em Santos e foi morar com o avô no Palácio dos Bandeirantes, quando este era o governador paulista. Estimulado pelo avô, Bruno começou cedo na política, ao presidir a Juventude do PSDB, ainda com 18 anos.

Foi deputado estadual por duas vezes e deputado federal eleito em 2014. Foi secretário de Meio Ambiente na gestão
do governador Geraldo Alckmin. E, em 2016, deu a guinada mais importante na sua vida: elegeu-se vice-prefeito na chapa encabeçada por João Doria. Com a renúncia de Doria para eleger-se governador em 2018, Bruno assumiu o cargo de prefeito.

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