PÓS-DELAÇÃO Fábio Cleto, ex-vice da Caixa, trabalha hoje com marketing (Crédito:Divulgação)

Delator de esquemas envolvendo Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e Joesley Batista, o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto está tentando reconstruir a vida, depois que sua delação rendeu filhotes à Lava Jato, como Sépsis e Cui Bono. Ele trocou o mundo financeiro pela área de marketing, principalmente digital. Conseguir trabalho não tem sido fácil, desabafa com interlocutores. A família mudou-se para os Estados Unidos, com a ex-mulher Adriana. O delator gostaria de ter o direito de viajar para fora do País e poder visitar os filhos. Cleto está de relacionamento novo. Sua namorada, de 28 anos, é goiana e corretora de imóveis. Ele pensa em voltar a morar em São Paulo para facilitar a vida profissional. Atualmente, está em Campinas, cidade de sua infância.

…da vida…
Cleto tem reclamado do tratamento recebido. Não pode começar a cumprir sua pena reduzida até se livrar do fardo de colaborador. Apesar de ser um dos primeiros a entregar a JBS, o doleiro Alexandre Margoto, Funaro e Cunha, sua pena foi maior do que aquela definida para delatores posteriores a ele. Os dois últimos ainda negociam colaboração.

…de delator
Cleto sempre confidencia a amigos achar um “absurdo” Joesley Batista praticamente não ter cumprido nenhuma pena e ainda ter conquistado o direito de zarpar do Brasil. O ex-vice-presidente da Caixa tem prestado esclarecimentos frequentes aos procuradores. É uma das principais testemunhas da Operação Sépis, que pegou Lucio Funaro.

Vem muito mais por aí

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Em cerca de quatro horas de depoimento à Polícia Federal,o marqueteiro Duda Mendonça listou em sua delação histórias que trarão ainda mais problemas ao presidente Michel Temer e à ex-presidente Dilma Rousseff. O inquérito apura crimes como lavagem de dinheiro nas finanças da campanha presidencial da dupla no pleito passado, em 2014. O relator é o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

Rápidas

* O empreiteiro Laércio Tomé ainda não depôs no inquérito do “quadrilhão”, mas a PF quer esclarecer uma acusação de pagamento de subornos a dirigentes da Petrobras e uma entrevista em que ele, ao negar a denúncia, disse que a petroleira era “perversa” com ele e outros que rejeitavam bancar propinas.

* Segundo o deputado Aníbal Gomes (PMDB-GO), o empresário da Tomé Engenharia foi levado para uma reunião com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O doleiro Alberto Youssef afirmou que pagou R$ 1,4 milhão de propina ao ex-executivo com dinheiro de Tomé – que admitiu ter usado Gomes como “pistolão” para conseguir a reunião.

* Empresa de comunicação começou a fazer pesquisa com jornalistas para avaliar como está o Governo de Minas, comandado por Fernando Pimentel (PT-MG). Uma das perguntas era se Minas pode ser definido por palavras como ‘moderno’ ou ‘conservador’. O governador quer saber se terá brecha para concorrer em 2018

Retrato falado

“A colaboração premiada é um direito do acusado ou uma faculdade do MP?” (Crédito:Divulgação)

O advogado Tracy Reinaldet, um dos debatedores no 3º seminário do Ministério Público sobre soluções alternativas nos processos criminais, questionou se o Ministério Público pode rejeitar a colaboração premiada de quem quiser delatar. O mecanismo é um dos instrumento à disposição da defesa, mas depende da aceitação da Promotoria. Ele ainda questionou se deveria ou não ser firmado acordo sem prova, apenas com depoimentos que indicam caminhos.

Delação 2.0

A sentença de Sérgio Moro contra Lula condenou também o ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário, o Léo Pinheiro. Mesmo sem ainda conseguir fechar um acordo de colaboração premiada, ele confessou crimes e entregou provas contra o petista. Ao condená-lo, Moro aceitou os pedidos da defesa e do Ministério Público para uma espécie de “delação 2.0”. O juiz federal permitiu que Léo saia da cadeia depois de cumprir dois anos e meio de pena e mesmo sem ter pago todas as multas e indenizações. Mas tudo isso vai depender, frisou o magistrado, do aval dos desembargadores do Tribunal Regiona Federal da 4ª região. A decisão de Moro é inédita.

Toma lá dá cá

Anjuli Tostes, auditora da CGU e pré-candidata ao governo de Brasília (Crédito:Divulgação)



Sua candidatura pelo PSOL é para valer?
É pré-candidatura para avaliação da sociedade e do partido, mas minha disposição é para valer, porque representa um desejo de mudança na política da maioria da população.

Por que quer ser governadora?
A política precisa ser mudada por dentro. Há uma desilusão geral da sociedade com os representantes eleitos e não é à toa. Não são nada transparentes, não priorizam o que é importante para o povo, como saúde, segurança, educação, transporte. E para se manterem no poder, vendem até a própria dignidade. Os casos de corrupção se acumulam, o que, para mim, é alta traição ao povo. A solução está dentro da política, não fora.

Como seria um governo de uma auditora?
Hoje mesmo estou trabalhando na regulamentação da lei que protege os usuários dos serviços públicos. O principal problema que eu corrigiria é a falta de qualidade no acesso a bens e serviços públicos. O foco do nosso governo será na população mais pobre, que não tem acesso a um plano de saúde, a uma educação privada e que depende de serviços públicos que deixam muito a desejar em termos de qualidade.

Sucessão

O diretor-presidente do metrô de São Paulo, Paulo Menezes Figueiredo, já avisou internamente e ao governador do Estado, Geraldo Alckmin, que pretende se aposentar nesse ano. Como não existe espaço vago no poder, já começou uma disputa para assumir o lugar dele. Até agora, ao menos dois diretores já demonstraram desejo de chegar à presidência.

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Vaquinha suíça

Depois que o TRF da 3ª Região derrubou a ordem de prisão contra o ex-delegado Protógenes Queiroz, criou-se vaquinha virtual para arrecadar os 20 salários mínimos de multa. O investigador está na Suíça, recebendo asilo e apoio financeiro do país. Pessoas ligadas a ele creem que a decisão será usada para Protógenes tentar voltar à PF.

Gente como a gente

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A futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, é considerada por funcionários do prédio da PGR como uma pessoa “simples”. É frequentemente vista almoçando no bandejão da instituição, acompanhada de seus assessores. Antes, durante e depois da eleição para a lista tríplice. O quilo custa: R$ 27,39.