“Hebe, a Biografia”, a obra de 264 páginas que conta a história da maior apresentadora da história do Brasil, morta em 2012, teve uma colaboradora muito especial, que abreviou o trabalho de anos do autor. A santista Leonor Teixeira conheceu a ainda cantora Hebe em 1946, quando as duas tinham 17 anos. A artista nascida em Taubaté se apresentava no Cine Atlântico, na Praça da Independência. E foi ali, bem no início da carreira, que ela conquistou sua maior fã. A partir daquele momento, Dona Leonor começou a recortar todas as notícias que saiam sobre sua artista preferida e arrumá-las cuidadosamente
em álbuns.

Foram décadas de dedicação e trabalho, a ponto de Hebe nunca se preocupar em organizar as reportagens que saíam sobre ela – ela sabia que sua fiel escudeira zelava por isso. As pastas foram mostradas ao jornalista Artur Xexéo, autor da biografia, pela própria Leonor, que ainda mora em Santos, num apartamento de dois quartos, com três irmãos mais velhos e solteiros, há dois anos. “Não precisei ir à Biblioteca Nacional, ao Arquivo Nacional, nada”, diz o jornalista. “Em duas semanas, tive todas as informações sobre a carreira da Hebe.”

SHOW Livro de Artur Xexéo (acima) será lançado em 10 de maio. À dir., a artista em seu programa
SHOW Livro de Artur Xexéo será lançado em 10 de maio (Crédito: Divulgação)

O autor reconhece que, pelo temperamento autêntico da apresentadora, que costumava dividir até suas brigas conjugais com o público durante o seu famoso programa, o livro não tem muitas revelações. Ele é, sim, uma grande homenagem. Talvez por isso Xexéo fez questão de destacar a porção cantora de Hebe – uma frustração da artista, uma vez que a função de apresentadora foi um acidente.

Romances

Mas há episódios curiosos, como quando ela foi substituída em 1950 pela amiga Lolita Rodrigues para cantar o Hino da TV, alegando estar doente. Na verdade, conta Xexéo, Hebe preferiu ficar com o companheiro, e grande paixão de sua vida, o empresário Luís Ramos.

A apresentadora teve uma vida amorosa muito intensa. Entre os affairs, namorou um lutador de boxe americano e foi noiva de um Matarazzo. Seu livro, com capa preta e dourada, fazendo jus à biografada, famosa por usar jóias em profusão, é generoso com sua memória. E escrito por um fã confesso da loira de gargalhada fácil, gestos carinhosos, e humor sagaz. Como o foram milhões de brasileiros ao longo de décadas.