Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

A questão central na visita da Comissão de Direitos Humanos da OEA ao Brasil

Em sua visita ao Brasil, relator de direitos humanos da OEA para liberdade de expressão foi pressionado por bolsonaristas e se reuniu com ministros do STF

Antonio Augusto/STF
Foto: Antonio Augusto/STF

Em sua passagem pelo Brasil nessa semana, o relator sobre liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Pedro Vaca, já esteve com Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso no STF e se reuniu com parlamentares governistas e de oposição. A CIDH é vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA).

A questão central da viagem de Vaca, no entanto, é clara: distinguir politicagens, como a dos bolsonaristas que o pressionaram alegando ser perseguidos, de erros claros que ele deveria apontar, sobretudo do Supremo.

Essa lista é composta por uma série de decisões de Moraes. O ministro censurou a revista Crusoé após reportagem que relacionava Dias Toffoli à Odebrecht, mantém bloqueados há anos perfis em redes sociais de investigados e tirou de circulação o livro “Diário da cadeia”, de Ricardo Lísias, assinado com o pseudônimo Eduardo Cunha — Lísias e Vaca se encontrarão nesta sexta-feira, 14.

Engrossa a lista de canetadas polêmicas do STF a decisão de Flávio Dino de censurar livros acadêmicos de Direito com trechos considerados homofóbicos e discriminatórios.

Há um meio termo que o STF poderia adotar entre o adequado entendimento de que a liberdade de expressão tem limites — o limite de ataques, crimes de ódio e disseminação de desinformação — e o direito à livre circulação de informações e ideias.

No caso dos livros considerados homofóbicos, por exemplo, Dino poderia ter mandado reimprimi-los com notas explicativas. Pela lógica do ministro, livros fundamentais da literatura brasileira com passagens racistas teriam o mesmo destino.

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