04/05/2018 - 18:00
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, honrou a semana do Dia do Trabalho. Como? Trabalhando, e muito, no combate à corrupção. Ela encaminhou ao STF uma nova denúncia contra astros petistas, e, quando se fala em envolvimento dessa legenda com atividades ilícitas, muda um ou outro nome, mas os figurões são, praticamente, sempre os mesmos. Nesse caso estão Lula, a senadora Gleisi Hoffmann e os ex-ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo (marido da parlamentar). A acusação é de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a procuradora, US$ 40 milhões teriam sido disponibilizados pela Odebrecht para que os quatro gastassem tal montante como bem entendessem – R$ 3 milhões, diz a denúncia, engrossaram o financiamento da campanha de Gleisi ao governo do Paraná, em 2014 (perdeu feio, ficou em terceiro lugar com minguados 14% dos votos). Paulo Bernardo ajudara na ilicitude e fora beneficiário. Na contrapartida da empreiteira entram o ex-presidente e Palocci. De acordo com a Procuradoria-Geral, Lula foi “determinante” para que o BNDES liberasse crédito de US$ 1 bilhão à empresa, que desenvolvia empreendimentos em Angola. Palocci é acusado de gerenciar parte desse dinheiro em conta-corrente. Em tempo: Gleisi já é ré na Lava Jato. Como se disse, Raquel Dodge trabalhou para o bem da República na semana truncada pelo feriado. Ela também denunciou, por corrupção ativa, Blairo Maggi, estrela do PP e ministro da Agricultura. Ele é acusado de participar da farra de compra e venda de vagas no Tribunal de Contas do Mato Grosso, quando governou esse estado. Além de sua condenação, Raquel Dodge pede ao STF que ele perca a função pública no Ministério (Blairo Maggi também possui mandato de senador).
Perdeu, Lula
Lula queria que saísse das mãos de Sergio Moro (ou pelo menos ficasse suspenso) o processo sobre o sítio que possui na cidade paulista de Atibaia. Ele é acusado de receber propinas por meio de reformas no imóvel. O ministro do STF Dias Toffoli negou esse pedido do ex-presidente.
LAVA JATO
PF faz a maior investida dos últimos 15 anos contra doleiros
A força-tarefa da Lava Jato deflagrou na quinta-feira 3 a maior ação dos últimos 15 anos contra doleiros. A operação “Câmbio, Desligo” mirou 45 doleiros e operadores financeiros – movimentaram ilicitamente (2008 a 2017) cerca de US$ 1,6 bilhão, por meio de três mil offshores em 52 países. Até a manhã da sexta-feira, a PF não conseguira prender Dario Messer (no detalhe), considerado “o doleiro dos doleiros” (tem cidadania paraguai e herdou o “negócio” de seu pai, Mordko Messer). O desdobramento da operação deverá dar início à nova fase da Lava Jato, tendo políticos como alvo. Segundo o MPF, as consequências serão “explosivas”.
BRASIL
Nem dá para prender
Há no Brasil 448 mil mandados de prisão não cumpridos. Se a polícia os cumprisse, o número de presos no País chegaria a
1 milhão e a falta de vagas nas cadeias iria para 164%. Pergunta: o que os governos estaduais fizeram no ano passado com a verba de R$ 1,2 bilhão repassada pela União para construção de presídios?
CRIME
Executiva brasileira é encontrada morta em rio da Austrália
O corpo de Cecília Haddad, executiva brasileira, 38 anos, foi encontrado por canoístas no rio Lane Cove, em Sidney, na Austrália. A polícia trata o caso como homicídio e o principal suspeito, até a quinta-feira 3, era o seu ex-namorado – estava no país com ela mas, inexplicavelmente, teria antecipado o seu retorno ao Brasil. O carro de Cecília foi localizado próximo ao bairro em que ela morava.
VENEZUELA
2,5 milhões de bolívares compram só 2 quilos de frango
Faltando menos de um mês para a eleição presidencial, Nicolás Maduro aumentou o salário mínimo dos venezuelanos em 95,4% (ele tentará a reeleição). Poderia ter dado aumento infinitamente maior, que a penúria da população seguiria a mesma em meio ao caos econômico e social do país. Vejamos: o salário mínimo agora é de 2,5 milhões de bolívares, e isso equivale a cerca de R$ 12. Com esse dinheiro (frise-se: 2,5 milhões de bolívares), cada cidadão consegue comprar no máximo dois quilos de frango. O FMI prevê inflação de 13.800% na Venezuela. Esse é o regime bolivarista iniciado com Hugo Chávez e continuado por Maduro, sistema que a maioria dos petistas toma como modelo.
GAFE
Macron chama de “deliciosa” mulher de primeiro-ministro
Há gafes e gafes. A que foi cometida pelo presidente da França, Emmanuel Macron, é das graves. Ele fala inglês fluentemente. Por isso, ninguém entendeu quando se referiu à mulher de Malcolm Turnbull, primeiro-ministro da Austrália, usando a expressão “delicious” – uma vez que sabe muito bem o seu siginficado. Há quem diga que, na verdade, ele queria empregar o termo “delightful” (encantadora), mas se atrapalhou. Outros, mais venenosos, apostam que Macron jogou com a malícia. Resumo da ópera: ele disse “delicious”, ou seja, chamou Lucy, a esposa de Malcolm, de “deliciosa”. A frase completa foi: “Obrigado a você, Malcolm, e a sua mulher deliciosa”. Constrangimento geral; depois, risada.
