O choque dos telespectadores foi grande quando a norte-americana Simone Biles, a grande favorita da ginástica olímpica, abandonou a disputa por equipes após obter uma nota ruim na prova de salto. A competição por equipes, uma das mais aguardadas, aconteceu sem a presença de Biles. A atleta que revolucionou o esporte com manobras que levam até seu próprio nome sentiu a pressão de “ser a melhor”. O comitê olímpico russo acabou levando o ouro. Essa foi a primeira vez que os Estados Unidos ficou sem a vitória em uma grande competição internacional (mundiais ou olimpíadas) desde 2010. Ficaram com a prata.

A imprensa americana comentava, mesmo antes do início dos jogos de Tókio, como Simone iria trazer seis medalhas de ouro – o máximo da categoria. Os comentários, no geral, eram em tom de certeza. O importante era ganhar, não competir.

O caso lembra o da tenista japonesa Naomi Osaka, de 24 anos, vencedora de quatro torneios do Grand Slam, que desistiu de participar de Wimbledon por causa de sua saúde mental. Aos 23 anos, optou por participar dos jogos olímpicos em seu país e também não se saiu bem. O peso da “vitória” estaria superando o bom combate no esporte?

Esse cenário estressante, no entanto, não aconteceu no Skate feminino. Prova disso foi a alegria das atletas que caíam, sorriam e seguiam para a próxima. Divertiam-se enquanto jogavam a sério.

A imagem da Fadinha, a skatista brasileira Rayssa Leal – medalha de prata – dançando enquanto esperava a sua rodada, inspirou tranquilidade em todo Brasil. Até a filipina Margielyn Didal, que foi mal na competição, com vários tombos, logo levantava e fazia o sinal de positivo para as câmeras. Quando Rayssa e Margielyn dançaram juntas para o Tiktok, a internet não resistiu e até deu o prêmio de “Miss Simpatia” para a atleta filipina. Que essa geração continue assim por muitos anos, afinal garra e alegria podem caminhar juntas.