Passada a tempestade quase perfeita que uniu um autocrata violento e uma multidão de ressentidos (e cognitivamente desajustados), nos deparamos com uma espécie de “volta ao passado”, responsável justamente pela tormenta acima narrada.

A eleição e posse de Lula da Silva traz, sim, um certo alívio à parcela da sociedade que preza a democracia, porque não há um só cidadão capaz de realizar as mínimas sinapses, que não tenha, em algum momento recente, temido um golpe.

Infelizmente, contudo, ao menos nas palavras e nos gestos políticos iniciais, o novo governo Lula é a cara do velho governo Lula, inclusive nas companhias escolhidas para cerrar os principais ministérios, bem como na retórica estatizante perdulária.

O chefão do PT parece não ter esquecido nada nem aprendido nada, e não apenas faz provocações irresponsáveis aos agentes econômicos como sinaliza, a um só tempo, irresponsabilidade fiscal com ausência de plano de governo.

O desgoverno Bolsonaro foi tão ruim, mas tão ruim que pagou o preço de ser o primeiro presidente em exercício a não conseguir a reeleição. Assim, esperar algo melhor do líder do petrolão e do mensalão é razoável, ainda que nada de tão extraordinário assim.

Se Lula conduzir o País em paz e minimamente equilibrado, social e financeiramente até 2026, terá tido grande sucesso e feito mais do que seu antecessor. Do contrário, reabrirá as portas para outro aloprado da mesma espécie que o amigão do Queiroz. Toc, toc, toc…

Os estertores que emanam de Brasília nestes últimos dias não são nada auspiciosos, mas “entre mortos e feridos”, ao menos assim me parece, salvar-se-ão todos ao final. Que 2023 traga, portanto, melhores notícias e um pouco de paz de espírito ao País.