ROMA E JERUSALÉM, 15 AGO (ANSA) – O governo de Israel decidiu proibir a entrada de duas congressistas norte-americanas, as democratas Ilhan Omar e Rashida Tlaib. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (15) pouco depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionar as autoridades israelenses. O anúncio foi feito pela vice-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, em entrevista a uma rádio local. Na ocasião, ela afirmou que “Israel decidiu não permitir” a entrada das deputadas na visita marcada para a próxima semana. A medida, segundo Hotovely, está de acordo com a política de negar entrada para aqueles que apoiam o boicote contra Israel.   

“Não vamos permitir a entrada de quem nega nosso direito de existir no mundo”, afirmou.   

As declarações da vice-ministra foram divulgadas após Trump ressaltar, em uma publicação no Twitter, que o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanhayu, mostraria “uma grande fraqueza” se permitisse que as democratas entrassem no país. “Seria uma exibição de fraqueza se Israel permitir a visita das deputadas Omar e Tlaib. Elas odeiam Israel e todo o povo judeu, e não há nada que possa ser dito ou feito para mudar a cabeça delas”, escreveu.   

lhan Omar e Rashida Tlaib são membros da ala progressista do Partido Democrata, que faz oposição a Trump. A primeira é muçulmana, e a segunda é filha de pais que emigraram da Cisjordânia para os Estados Unidos. Ambas são críticas declaradas da política israelense para os palestinos. Nas últimas semanas, as democratas expressaram apoio ao movimento pró-palestino Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). Pela lei de Israel, todos os apoiadores do BDS podem ser proibidos de entrar no território israelense.   

Segundo o jornal “The Guardian”, o embaixador de Israel nos EUA, Ron Dermer, havia dito, no mês passado, que elas não seriam barradas. Hoje, no entanto, Netanyahu explicou que a medida tem como objetivo prevenir que as duas prejudiquem seu país.   

O premier ressaltou que Israel “está aberto a todos os visitantes e a todas as críticas”, mas proíbe a entrada daqueles que visam “fortalecer o boicote e negar a legitimidade” do país.   

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Além disso, Netanyahu afirmou que acolheu 70 membros republicanos e democratas do Congresso “de braços abertos” e “não há Estado no mundo que respeite os Estados Unidos mais do que o Estado de Israel”. lhan Omar e Rashida Tlaib compõe o quarteto de congressistas democratas que ganhou o apelido de “o esquadrão”. No mês passado, as duas, junto com Alexandria Ocasio-Cortez e Ayanna Pressley, foram alvo de declarações racistas por parte do presidente dos EUA. (ANSA)


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