As populações da Amazônia já eram grandes amantes do cacau há 5.300 anos, catorze séculos antes do que se supunha até agora, de acordo com evidências descobertas em um sítio arqueológico do sul do Equador.

De mais de 220 amostras de cerâmicas analisadas, “30% continha cacau. Uma grande quantidade que reflete um uso corrente”, explica à AFP Claire Lanaud, geneticista do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad na sigla em francês), co-autora do estudo publicado nesta segunda-feira (29).

“Isso não pode ser o resultado de uma colheita ocasional no bosque”, acrescenta a especialista, para quem o cacau já era realmente parte da vida cotidiana.

Os restos foram encontrados nos objetos de cerâmica do sítio arqueológico de Santa Ana Florida, descoberto em 2002 nas ladeiras inferiores da cordilheira andina no sul de Equador.

Os Mayo Chinchipe que ocupavam o local representam a cultura ameríndia mais antiga da região superior da bacia amazônica conhecida até então. Ainda há restos de casas e um sítio cerimonial.

Segundo o estudo publicado no site da revista Nature Ecology & Evolution, os índios da Amazônia utilizavam as sementes do cacau como oferenda funerária e como comida diária.

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Até agora, os restos mais antigos de teobromina, um componente específico das sementes maduras de cacau, haviam sido encontrados na América Central em objetos de cerâmica de mais de 3.900 anos.


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