Ontem, a chanceler alemã Angela Merkel celebrou na fronteira com a Hungria os 30 anos do fuga de alemães orientais para a antiga Alemanha Ocidental, evento que iniciou a implosão da Cortina de Ferro na Europa.

A comemoração não podia ser mais simbólica. Habitante da antiga Alemanha comunista, Merkel não teria virado Merkel sem a reunificação alemã. Ela estava ao lado do premiê húngaro, o direitista Viktor Orbán, que construiu mais de 200 km de barreiras contra a entrada de refugiados na Europa. Merkel, ao contrário, acolheu mais de 1 milhão de imigrantes. A história dá voltas e o Muro de Berlim agora é mais embaixo, contra os que fogem da guerra e da pobreza.