Apesar de ser seu primeiro lançamento de músicas inéditas em seis anos, Adele fez seu novo álbum chegar ao público com poucas surpresas. O enorme impacto que ele terá sobre o mercado fonográfico é bastante previsível – basta lembrar que “21”, de 2011, é o disco feminino mais vendido da história. Outra certeza era o nome do álbum, sempre batizado com a idade que a cantora tem no momento em que começa a gravá-lo: apesar de ela já ter completado 33 anos, o disco se chama “30”. Tem sido assim desde sua estreia, com “19”, em 2008, e com “25”, de 2015. O fato de escolher um título tão íntimo guarda relação com outra característica igualmente esperada pelos fãs: a coragem da artista britânica em escrever letras profundas e reveladoras de seu cotidiano. Isso faz com que a trajetória seja marcada não apenas por uma coleção de canções, mas pelo registro cronológico da história de sua vida, espécie de autobiografia musical em capítulos. Em “30”, o tema principal é o divórcio de Simon Konecki, pai de seu filho, Angelo, nascido em 2012. O casal oficializou a relação em 2018 e se separou definitivamente no início do ano. No primeiro single, “Easy on Me”, que pode ser traduzido como “Tenha Calma Comigo”, a cantora explica a situação e pede a compreensão do filho. “Tenha calma comigo / Eu era apenas uma criança / Não tive a chance / De sentir o mundo ao meu redor”.

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O time da cantora no estúdio

Quem ouve uma música de Adele não imagina o tamanho da equipe por trás de seus sucessos. A maioria dos artistas conta com um único produtor, responsável pelo direcionamento musical do disco. “30” (foto) leva a assinatura de seis profissionais: Greg Kurstin (EUA), Tobias Jesso Jr. (Canadá), Inflo (Inglaterra) Max Martin, Shellback e Luwig Göransson (Suécia). O álbum conta ainda com a participação do cantor country Chris Stapleton e homenageia o pianista de jazz Erroll Garner, morto há quase 40 ans: a faixa “All Night Parking” utiliza trechos de suas canções.