Depois de ficarem fechadas por quase oito meses em função da pandemia, as escolas públicas começam a traçar os planos para volta dos alunos às salas de aula neste ano. Pelo menos 15 estados, entre eles São Paulo, Paraná e Goiás, já têm previsão de retomada das atividades presenciais entre janeiro e março de 2021. Outros, como Amapá e Pará, ainda não definiram uma data para o retorno. Alguns governos avaliam se a volta às aulas será totalmente remota ou em formato híbrido. A tendência é que as escolas, a partir de agora, combinem, cada vez mais, atividades presenciais e à distância. De um modo geral, porém, as regras da retomada estão sendo definidas e existe apreensão entre professores, funcionários das escolas e pais de alunos em relação aos riscos de contágio. Ele existe, mas pode ser controlado se o protocolos de segurança forem seguidos, como se verificou em outros países. Educadores consideram o retorno às aulas uma necessidade urgente. O desenvolvimento pleno da sociedade está relacionado com a educação, que foi seriamente comprometida em 2020 pelo avanço do novo coronavírus.

DISTANCIAMENTO Classes ficarão com menos alunos e ensino híbrido ganhará espaço (Crédito: Sandro Pereira)

A infectologista Raquel Stucchi, professora da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia reconhece que o Brasil passa por mais um período de recrudescimento da pandemia, mas é necessário que as crianças voltem às aulas o mais cedo possível. Ela entende que os adultos, professores e os outros funcionários das escolas, além das pessoas que convivem com crianças no ambiente doméstico, já foram expostas, nessa altura, à Covid-19. “As crianças carregam o vírus, mas transmitem pouco, por isso é seguro voltar às aulas”, afirma Raquel. Segundo ela, com base na experiência europeia, que apresentou dados consistentes de segurança sanitária, as aulas para o nível infantil e fundamental, com crianças de até onze anos, devem ser retomadas imediatamente, desde que as escolas respeitem os protocolos básicos de defesa contra a doença, o que é esperado. “A saúde mental das crianças também foi afetada e precisamos reconhecer que o convívio escolar é indispensável para o desenvolvimento saudável”, afirma.

Colaborou Fernando Lavieri