Allan de Abreu foi o convidado da live de ISTOÉ, na sexta-feira (16). Repórter da revista Piauí, ele é autor dos livros “O Delator” e “Cocaína: a Rota Caipira”, ambos publicados pela editora Record.

O jornalista e escritor falou sobre o poder das milícias no Brasil e a medida de flexibilização na compra e posse de armas, colocada em prática pelo governo Bolsonaro.

“A milícia agradece a flexibilização no uso e compras de armas”, afirma.

Nesse sentido, Allan falou do lançamento de sua mais nova obra: “Cabeça Branca – A Caçada ao Maior Narcotraficante do País” – 224 páginas, Record .

“Não tenho dúvida que ele é o maior traficante de drogas do país”, diz.

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Especialista em coberturas de assuntos ligados à polícia, ao Ministério Público e à Justiça, o repórter diz que a ideia de imortalizar o perfil de um dos dez maiores narcotraficantes do mundo, segundo a Polícia Federal, surgiu em 2013, quando preparava o livro “Cocaína: A Rota Caipira”.

O novo trabalho de Abreu conta a história de um grande atacadista de drogas que operou no anonimato por mais de três décadas. Não por acaso, policiais, investigadores e jornalistas se referem a ele como “O Fantasma”.

“Cabeça Branca não tinha ideologia de se alinhar em cartéis. Ele era um homem de negócios. Estava acima de facções. A filha estudava na Suíça e ele adorava fechar seus negócios nos shoppings de São Paulo”, revelou.

O trabalho de Allan de Abreu joga luz no anônimo personagem Luiz Carlos da Rocha e dá fama à periculosidade do bandido. Durante a apuração, o autor se surpreendeu com a importância do personagem no contexto do tráfico internacional – e também com a falta de informações sobre ele. O livro detalha ainda como a droga chegava ao Brasil em pequenos aviões e era distribuída a partir do porto de Santos para a Europa e América do Norte.

O esquema incluía corrupção policial, mas também uma parte complacente de players econômicos “legais”, como o agronegócio e empresas exportadoras.

“Ao contrário dos traficantes ostentações, Cabeça Branca era discreto. Publicidade não é um bom negócio para o mundo do crime”, explica o autor.

“Ele tinha cabelo grisalho desde a juventude. Era um fazendeiro bem sucedido e apresentava-se também como produtor de soja”, conta.

O jornalista explica que mesmo atuando nas sombras, Cabeça Branca conseguiu montar uma operação logística gigantesca. O livro relata as conexões internacionais do narcotraficante brasileiro com os cartéis do México, a máfia russa, o crime organizado sérvio e até a ‘Ndrangheta’, da Calábria, na Itália.

Abreu revela que já negociou os direitos autorais do livro com a Butique Filmes, produtora parceira da Netflix. “Oxalá, vire um filme”, conclui.


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