A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, usa o cargo para promover caravanas políticas em jatos da FAB. Levantamento via Lei de Acesso à Informação mostra um plano de voo essencialmente eleitoral, com passageiros deputados, assessores, secretários estaduais e do cerimonial. Nos últimos seis meses, 31 deputados caroneiros viajaram com a anfitriã, com média de 12 passageiros por avião. Em 26 de agosto, Damares foi ao Mato Grosso do Sul para conferir “a real situação que assola os indígenas”. Levou a senadora Soraya Vieira Thronicke (PSL-MS) e as deputadas Bia Cavassa (PSDB-MS) e Rose Modesto (PSDB-MS), e mais 10 pessoas. Em agenda no Paraná, para “Visita Oficial aos municípios de Cianorte, Paranavaí e Maringá/PR”, a ministra transportou na aeronave dois deputados que têm base eleitoral no Estado: Filipe Barros (PSL-PR) e Ricardo Barros (PP-PR) — o líder do Governo. A deputada Rosangela Gomes (Republicanos-RJ) voou com Damares para um evento na sua cidade e por lá ficou.

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A ministra virou a comandante de voos de uma família — a governista. Em seis meses, 31 deputados caroneiros em jatinhos visitaram suas bases

Turista afunda na lama

Divulgação

Destinos turísticos internacionais no Sul da Bahia, as paradisíacas Praias do Espelho e de Caraíva, em Porto Seguro, tornam-se inferno para turistas em dias de chuva. Em especial na “reta dos búfalos” — o rio dos Frades alaga a estrada de terra. Vê-se
o resultado como o da foto. Dois caminhões tombados e uma van atolada bloquearam o caminho há dias.

Camuflagem de homicídios por armas

Os homicídios por armas de fogo oscilaram misteriosamente de 2015 a 2019, segundo dados do Atlas da Violência. Nesse período, nota-se aumento significativo. Em 2015, foram 41.817 homicídios por armas de fogo. Em 2016, 44.475 casos (+ 6,4%). No ano seguinte, 47.510 assassinatos (+ 6,8%). Em 2018, uma redução expressiva de 13% (41.179 casos). Em 2019, mais queda: 30.825 homicídios — menos 5,1%. O que seria boa notícia é tido como potencial camuflagem da realidade. O Atlas alerta que a redução “deve ser vista com grande cautela”: Desde 2019 o governo Bolsonaro já editou pelo menos 30 medidas que alteram o modelo de apuração de índices.

Uso da GLO cai sem os grandes eventos

ANTONIO SCORZA

Ações especiais de segurança, que concedem aos militares o poder constitucional de polícia, as operações de Garantia da Lei e da Ordem tiveram menor número no governo de Jair Bolsonaro (13), quando comparadas às gestões dos ex-presidentes Michel Temer (17), Dilma Rousseff (28) e Lula da Silva (39). Os dados são do STM. Esse ano, a GLO foi acionada apenas uma vez, em julho, em atuação das Forças Armadas em municípios do Norte para repressão a delitos ambientais. Nos últimos 29 anos, a GLO foi acionada 144 vezes: eventos (27,1%), greve da PM (18,1%), violência urbana (16%) e Garantia da Votação (16%).

Alcolumbre paga a quem não pode

Pedro Ladeira

O gabinete do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) desembolsa, por mês, R$ 20 mil para custear serviços de uma empresa cujo dono não pode receber verba pública. A Alô Produção Ltda está em nome de Cláudio Alberto Fauro, condenado em 2019 pela 4ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá com outros envolvidos numa negociata em publicidade irregular. Só nesse ano, a Alô faturou mais de R$ 200 mil do gabinete. Na sentença, o empresário foi proibido de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais por cinco anos. Alcolumbre não respondeu à reportagem. Fauro não foi localizado.

Nota da assessoria do senador

Sobre nota publicada pela revista ISTOÉ, que diz: “Alcolumbre paga a quem não pode”, a assessoria de imprensa do senador Davi Alcolumbre esclarece que:

Os serviços contratados pelo Senador Davi Alcolumbre para o exercício do seu mandato seguem todas as normas constitucionais e legais.

A empresa Alô Produções Ltda mostra-se regular perante o Tribunal de Contas da União, conforme certidão negativa de licitantes inidôneos emitida pela aludida, que não inclui o nome da citada empresa (documento anexo), e presta serviços a diversos órgãos públicos e entidades no Amapá, participando também de processos licitatórios.

Certidão negativa

BB joga games e povo sofre na fila

Game Talks BB, BB Game Series, Stream Battle BB etc. A gama de produtos para os “gamers” vem de pesquisa de marketing: o banco precisa investir nesse mercado. Jovens consomem cada vez mais produtos via e-games. Enquanto isso, com 28 mil funcionários em home office, cliente pena na fila.

Os refugiados do Rio

A atenção do brasileiro para imigrantes estrangeiros não é a mesma a “refugiados” dentro do País. Sobrevivem com apoio da Igreja no DF, há seis anos, sete famílias expulsas por milícias de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Um pai foi executado ao fugir para o Piauí. Outro, recusado no programa de proteção a testemunhas, segue escondido.

Paixão pelo Botafogo

O que não faz o amor? Ex-governador do DF Jose Roberto Arruda, que se apaixonou pela sua personal trainer — a hoje esposa e ministra palaciana Flávia Arruda —, era torcedor do Vasco da Gama desde pequeno. Há poucos anos tornou-se botafoguense em homenagem à amada. A adoração é tanta que ele cita a escalação do time dos anos 1960.

Nos bastidores

Podemos de Sérgio Moro com PT
Os desafios de Sergio Moro começam cedo na política. O Podemos da Bahia, 4º maior colégio eleitoral, onde ele precisa de palanque, está fechado com o PT — que o detesta.

Um chute na canela
O BB procurou a CBF para oferecer patrocínio à Seleção Feminina de Futebol e os diretores saíram da sede enconstando no alambrado. A entidade esportiva quer dinheiro na conta, não prestação de contas.

Fim do Bolsa-Detento
O deputado Loester Trutis (PSL-MS) quer acabar com o Bolsa-presidiário, que custou R$ 3,6 bi ao Brasil nos últimos seis anos. Seu PL 2.426/21, em tramitação, prevê, a priori, a suspensão do pagamento do benefício por quatro anos.

Dolce vita è finita

Com o fim de sua adidância na embaixada em Roma, o delegado federal Fernando Segovia, ex-diretor geral relâmpago da PF na gestão Michel Temer, pode se lançar candidato à presidência da Fenadepol.