A exposição “Imagens do Aleijadinho” oferece ao público a oportunidade de conhecer um conjunto expressivo das esculturas do mestre colonial mineiro Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. São 38 peças devocionais em cedro recoberto por pintura policromada, originalmente usadas para fins litúrgicos ou para a devoção pessoal. “É uma ocasião rara”, diz Rodrigo Moura, curador da exposição. “Trouxemos peças de museus, igrejas e de coleções particulares. Queremos mostrar as obras deslocadas de seu contexto original, assim com muitas delas também foram retiradas dos locais para os quais foram destinadas, como altares e retábulos.” Moura conta que boa parte do acervo colonial mineiro foi saqueada por colecionadores a partir dos anos 1950, quando o gosto pela arte colonial passou a ser valorizado. Assim nasceu o culto a Aleijadinho — e, com ele, o problema de atribuição das obras. Hoje são consideradas como de autoria do artista 128 peças, embora haja muitas outras a ele imputadas. Segundo o curador, é possível identificar o estilo único de Aleijadinho, na deformação dos corpos, nos olhos amendoados e no esmero dos panos. “Embora isso não fosse importante para ele, Aleijadinho deixou uma obra inconfundível”, diz. Museu de Arte de São Paulo, até 10/6.