Um dos maiores danos patrocinados ao País, pelo STF, com a anulação das sentenças condenatórias de Lula da Silva (talvez até maior que sua eleição – já que o desastre Bolsonaro precisava ser contido) foi a percepção, ou melhor, a certeza de que o crime compensa e a impunidade é certa em Banânia.

Com a soltura do ex-governador do Rio, Sergio Cabral, nenhum dos criminosos que assaltaram o Brasil – em bilhões de dólares – encontra-se preso. Ao contrário. Além de livres, leves e soltos, muitos desfrutam de vidas nababescas, patrocinadas pelo dinheiro que roubaram com a conivência, compadrio e cumplicidade do Estado.

Os ladrões tornaram-se mocinhos e os juízes, suspeitos. Frequentadores assíduos das páginas policiais, hoje, novamente, encontram-se participando ou influenciando o governo. Exemplo: José Dirceu. A desfaçatez do lulopetismo e seus cúmplices, nas três esferas (municipal, estadual e federal) e Poderes (executivo, legislativo e judiciário) voltou à tona.

O mais recente episódio de falta de decoro explícito vem do anúncio da participação de Joesley e Wesley Batista, da JBS, na comitiva oficial da Presidência da República que fará viagem diplomática e comercial à China, nosso maior parceiro de negócios no Mundo. E não, não me venham dizer que “amigos, amigos, negócios à parte”. Uma ova.

É indecorosa, é repugnante, é um escárnio, uma verdadeira infâmia essa presença de dois ex-presidiários, suspeitos de corrupção bilionária, que se comprometeram a pagar mais de 10 bilhões de reais em acordos de leniência, mas que só pagaram, até o momento, pouco mais de 580 milhões, e ainda pleiteiam um desconto de 3 bilhões de reais.

Ao lado deles, na comitiva, irão mais cem empresários. Fico imaginando quem mais poderá integrar o “timaço da impunidade”. Será que chamaram Marcelo Odebrecht também? O Brasil é simplesmente insuportável. Temos um ex-presidiário na Presidência e achamos que não é o bastante. É preciso reeditar tudo outra vez, né? Que nojo.