Como será a “Live da Gal”?
Deu vontade de comemorar cantando para as pessoas. Minha profissão tem um lado generoso de levar conforto a elas. A música faz muito bem à alma de quem ouve, mas também para quem canta.

As lives são bons substitutos para shows?
Claro, são boas alternativas até que a gente possa voltar aos shows.

Você era a musa da Tropicália. Qual foi o legado do movimento após 50 anos? ´
É muito grande. Hoje as pessoas ainda escutam e se espelham no que fizemos.

Há uma disputa pelo espólio de João Gilberto. Qual foi a importância dele?
João mudou a cara da MPB com a bossa nova, que se tornou conhecida no mundo inteiro. Me influenciou de maneira radical.

Como você vê hoje as discussões sobre gênero e liberdade sexual?
Isso já foi discutido na minha geração, ainda que de maneira mais reprimida. O mais importante é acabar com o preconceito.

Em 2007 você adotou um menino. Qual é lição de vida que você busca ensiná-lo?
Tudo o que minha mãe me ensinou, como conversar muito. Não é por meio da autoridade que se educa, é sendo amigo.

Onde você se sente realmente em casa, Salvador, Rio ou São Paulo?
Moro em São Paulo. Ainda tenho uma relação com Salvador muito forte, mas minha cidade é a que eu escolhi viver.

Está trabalhando em algum projeto novo?
Vou lançar um projeto que já vinha fazendo antes da pandemia. Estou gravando com artistas homens de uma geração anterior a minha e será lançado pela Biscoito Fino.

Como vê a política cultural do governo?
Ela é muito ruim. A arte é importante para um país, é o que faz as pessoas sonharem. Esse governo só destrói a cultura brasileira.

Você está completando 75 anos. Qual foi a grande lição que o tempo te ensinou?
O tempo me ensinou tanta coisa boa. A vida é uma dádiva de Deus e o tempo me ensinou isso, principalmente.