Nos dias 29 e 30 de setembro de 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, os nazistas invadiram Kiev, na Ucrânia, que na época era uma das mais importantes cidades da extinta União Soviética (hoje a Rússia de Putin), como parte da estratégia de Hitler de dominar o mundo. Nessa altura, a URSS estava do lado dos aliados dos Estados Unidos para destruir os nazistas. Os soldados alemães realizaram o fuzilamento de mais de 33 mil judeus ucranianos em menos de 36 horas. A matança de Hitler em Kiev ficou conhecida com o “Massacre de Babi Yar” é um dos símbolos da extensão e da crueldade dos crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra e que foi relembrado hoje pelas autoridades ucranianas, em meio à guerra sanguinária que Putin está comandando contra os heróicos moradores da Ucrânia, especialmente de Kiev, que o ditador russo promete transformar em cinzas a partir de hoje.

Para lembrar o “Massacre de Babi Yar”, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que é judeu, foi ao Twitter para explicar sua indignação. “Para o mundo: qual o sentido de dizer ‘nunca mais’ por 80 anos, se o mundo fica em silêncio quando uma bomba cai no mesmo local de Babi Yar? Ao menos cinco mortos, é a história se repetindo”, escreveu.

Zelensky citou o massacre de Babi Yar, pois a Rússia anunciou que iria atingir Kiev mesmo antes de seu gigantesco comboio chegar por terra até a cidade. Em meio a mais um dia de ataques truculentos, os russos de Putin atacaram a principal torre de rádio e TV da capital da Ucrânia na tarde desta terça-feira e interromperam todas as transmissões locais. Só nesse ataque, cinco pessoas morreram, segundo informações do governo americano, confirmadas pela postagem do presidente ucraniano.

Apesar das diferentes proporções dos conflitos, a ideia dos invasores, tanto no passado como agora, são similares. Se com a “Operação Barbarossa”, como também ficou conhecido o “massacre de Babi Yar”, Hitler pretendia recuperar o “Espaço vital” que pertenceria à Alemanha, a Rússia sente que a Ucrânia é seu território por direito, e seria parte da própria Rússia, e não um país independente, com sua própria cultura e valores.

Amanhã, no sétimo dia de conflito, as coisas tendem a chegar ao grau máximo de tensão. Sitiada, sem ajuda internacional no campo de batalha, só restará aos cidadãos da Ucrânia um novo saldo de mortos a ser incluído nos futuros livros de história. Será que realmente não aprendemos nada? Apenas para lembrar que a frase que está no título deste artigo, de que a história se repete como tragédia ou como farsa, é do pensador Karl Marx, o ideólogo do socialismo implantado na extinta URSS, e que hoje, mais de 100 anos depois, serve de inspiração para embalar os sonhos perversos de Putin, assim como, por volta de 1917, quando a URSS foi criada, serviu para Vladimir Lênin formatar a ideia de um estado despótico para comandar uma população faminta e carente. Putin, Lênin, Stalin e Hitler são farinha do mesmo esgoto da história da humanidade.