A Arena MRV, futuro estádio do Atlético-MG, tem números superlativos antes mesmo de ser concluído. Com um orçamento acima dos R$ 500 milhões e precisão de entrega para 2022, já cria uma ansiedade no atleticano, que se imagina lotando as dependências do estádio, que terá capacidade para mais de 40 mil pessoas e tem a torcida de uma nação, a alvinegra, para que seja o marco de uma nova era para o Galo.

Algo que chama a atenção na construção da Arena MRV é a forma de relacionamento que já vem sendo feita com a torcida. Um centro de experiências para acompanhar as novidades e sentir de perto como ficará o empreendimento; souvenirs de todos os tipos. Tem de tudo um pouco: de terra do terreno à miniaturas do sonho alvinegro.

Há também registros como uma websérie sobre bastidores e histórias que circundam o maior projeto do clube no século XXI. Tudo para que o atleticano saiba como será um dos seus futuros orgulhos, que, na visão do clube, poderá ser a porta de entradas para uma era de conquistas e engrandecimento nacional e internacional.

A reportagem Valinor Conteúdo/L! conversou com Bruno Muzzi, CEO da Arena MRV sobre detalhes das obras, como vai funcionar o transporte para o estádio e até se você poderá tomar uma cervejinha do lado de fora antes dos jogos. Confira nossa prosa com a pessoa que está conduzindo esse sonho atleticano.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

1-Bruno, nos dê detalhes dessa construção da Arena MRV no campo de obras e fora dele. Qual o conceito que o empreendimento quer erguer, além do estádio?

Desde o início, todo o projeto da Arena MRV tem sido pensado com muito cuidado. Estamos caminhando um passo de cada vez e é justamente por termos toda essa cautela com as etapas que tudo tem saído da melhor forma possível. Sabemos que é uma obra que tem impacto em toda região do bairro Califórnia, por isso são fundamentais o diálogo e a convivência com a comunidade do entorno. Estamos em constante contato também com o poder público, para cumprirmos as contrapartidas. E, claro, pensamos no torcedor e no Atlético. A Arena MRV será a casa do Atlético, e o torcedor se sentirá totalmente confortável em seu novo estádio. Nosso projeto é de que seja a arena mais moderna e tecnológica do Brasil e da América Latina.

2-Os custos foram aumentados, mas era algo previsto antes mesmo da confirmação do início dos trabalhos. Agora está ajustado os gastos da obra ou preveem mais alguma possível variação no orçamento?

Estamos trabalhando muito nos custos da obra. Os materiais de construção tiveram um aumento significativo nos últimos tempos, e precisamos organizar nosso orçamento considerando esses custos. O valor de todo o projeto, já com as contrapartidas, é de cerca de R$560 milhões. Nosso contrato com a Racional, que é quem executa obra, é de PMG (Preço Máximo Garantido) e, no início do projeto, em 2017, esse PMG era de R$ 410 milhões. Em abril de 2020, no início da obra, passou para R$ 441 milhões. A diferença para os R$ 560 milhões são as contrapartidas (cerca de R$ 100 milhões) e as adequações de custo da obra.

Para cumprir esse orçamento, precisamos angariar recursos com a venda de cadeiras cativas e camarotes, iniciada em outubro. Os camarotes foram um grande sucesso, com 92% de reservas. Já com relação às cadeiras cativas, vendemos mais de mil unidades desse primeiro lote e ainda temos unidades à disposição. O torcedor que quiser aproveitar as melhores condições pode comprar as cadeiras em nosso site oficial, www.arenamrv.com.br, e garantir presença por 15 anos nos jogos oficiais do Atlético. São duas modalidades de cadeiras cativas: a do Setor I, no meio do campo, com assentos numerados e nome nas cadeiras, e o Setor II, com assentos livres. Ambas podem ser compradas com 7% de desconto à vistam, em até 20x sem juros, em 30x com juros, ou financiado em até 60x pelo BMG.

3- O Centro de Experiências, a Websérie já são ações que se relacionam com o torcedor. Há outras previstas para integrar o atleticano ao estádio?

O Centro de Experiência já é a Arena MRV em funcionamento e, por isso mesmo, algo pensado para o torcedor. O atleticano que visita o Centro de Experiências já se sente dentro da Arena, conhecendo como será o camarote, fazendo uma imersão de realidade virtual que o coloca em áreas de uso dos jogadores, como vestiário e sala de aquecimento. É algo emocionante, assim como o novo vídeo do cinema 180° que estará disponível em breve. Recentemente, colocamos à disposição do torcedor uma mesa interativa para que ele veja como será a Arena MRV pronta, veja o hall de entrada, o lounge, a Esplanada. Além disso, temos o deck, onde o atleticano tem o primeiro contato com a obra do estádio com vista panorâmica.

Já a websérie “A Era Preta e Branca” é um registro histórico de todas as etapas da obra. O primeiro episódio, que lançamos na semana passada em nosso canal (youtube.com/arenamrv), foi um grande sucesso. Os torcedores elogiaram muito toda a produção, os depoimentos, a captação de imagens, a edição… Como a ideia da websérie é acompanhar o andamento da obra até a inauguração, planejamos lançar um novo episódio a cada três meses, sempre em nosso canal no Youtube.

4- A parceira com uma empresa para gerir o estádio, nos mesmos moldes do Allianz Parque, teve algum progresso? Há um prazo para definição deste tipo de gestão?

Estamos avaliando as diversas possibilidades de parceria para gestão comercial e operacional da Arena MRV. Ainda há bastante tempo para que essas questões sejam definidas.


5-Projetando para 2022, qual as perspectivas iniciais com faturamento, presença de público, claro, em um contexto mais normalizado pós-pandemia?

No nosso plano de negócios, as receitas da Arena MRV começam em um patamar e vão sendo incrementadas ao longo do tempo. A expectativa é de atingir a receita bruta de R$ 100 milhões/ano a partir do sexto ano de operação.

6- O torcedor de menor poder aquisitivo do Galo terá condições de conhecer a sonhada arena do clube? Haverá um ticket médio que atenda camadas menos abastadas?

Nos últimos anos, a lógica de acesso aos jogos passa pelo programa de sócio torcedor dos clubes. Como um clube de massa, o Atlético tem torcedores com todos os poderes aquisitivos e, não por acaso, possui planos de Galo na Veia que atingem a diversas gamas. No Centro de Experiências, a visita é bastante acessível: custa R$ 30, com 50% de desconto para sócios GNV e para casos previstos em lei.

7- O que a Arena MRV terá de diferente no seu conceito em relação às demais arenas construídas no Brasil?

A Arena MRV será moderna, multifuncional e totalmente adaptada para receber os grandes shows que, muitas vezes, não chegam em Belo Horizonte. Estamos trabalhando para que toda a logística para o produtor de eventos seja facilitada, o que pode diminuir o custo da produção do show ou evento. Além disso, queremos que a Arena MRV seja a mais tecnológica da América Latina, com tudo que há de mais moderno em questão de infraestrutura de tecnologia. Não será um estádio luxuoso, mas totalmente funcional e que atenda a todos os seus públicos da melhor maneira possível.

8- O ano de 2022 vai mudar a história do Clube Atlético Mineiro?

Acreditamos que a história do Atlético já está mudando desde a aprovação do projeto da Arena MRV.

9- Mobilidade: quais são os planos para o torcedor chegar ao estádio? O povo ama carro, e aí terá estacionamento pra todo mundo? Quais outras alternativas?

Teremos um estacionamento para 2.333 veículos, com todas as vagas cobertas. Entre as 89 contrapartidas que teremos que cumprir, algumas delas são viárias. Teremos que fazer melhorias no entorno, como construção de vias e passarelas, ampliação de acessos e viadutos.

10- Existe algo previsto para a que a Arena MRV seja algo tipo La Bombonera? A história do Galo no estádio é virar um atrativo turístico de BH?

Entendemos que a Arena MRV já é um atrativo turístico. Nosso Centro de Experiência já recebeu mais de 3 mil visitantes, e a tendência é de que com a evolução da obra, quando o estádio começar a ser erguido, o interesse cresça cada vez mais.


11- Todo estádio tem seu churrasquinho da esquina. Como será para o atleticano tomar uma cerveja antes que o jogo comece? O que a Arena pensa para o antes do jogo, fora do estádio?

Já iniciamos conversas com algumas empresas de alimentos e bebidas, mas tudo ainda muito embrionário. Focamos nossos esforços para a venda de cadeiras e camarotes, sem esquecer da operação do estádio. Oportunamente divulgaremos como será o fornecimento de alimentos e bebidas na Arena MRV.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias