O cantor e compositor de pagode Bruno Cardoso foi o convidado da live da IstoÉ Gente, na última quarta-feira (15). Em conversa com o jornalista Rafael Ferreira, o vocalista da banda Sorriso Maroto contou como vem enfrentando a quarentena – “momento de conhecermos melhor o corpo e a mente, além de curtir a casa e família. Consegui encontrar até as nossas primeiras roupas de shows.”

No bate-papo, Bruno falou sobre a própria saúde – em março de 2018, ele teve que se afastar dos palcos após descobrir uma miocardite, grave doença no coração. Na entrevista, ele diz como o grupo enfrentou os seis meses que ele esteve afastado do palco e não parou as atividades. “Foi uma onda de solidariedade, até encontrarmos o cantor e ator Thiago Martins, que me substituiu, e criamos o projeto #TodosCantamSorriso”, lembra-se. Ainda na pauta de cuidados médicos, Bruno, que ainda está em tratamento do coração, descobriu em outubro do passado um derrame na pleura (água no pulmão).

Pessoa muito simpática, agradável e alegre, o artista de 39 anos lembra os bastidores do início da banda, como a escolha do nome do conjunto. “Tínhamos o primeiro show da banda marcado num restaurante, mas não tínhamos sequer nome. Pouco tempo antes da apresentação, nos reunimos para escolher um nome. Como nossa origem foi de encontros da turma de futebol e do churrasco e não entendíamos nada de marketing, os nomes começaram a saltar, “Cara de gato”, “Sal Grosso”, por causa do churrasquinho, “Riso Maroto”… até fecharmos em “Sorriso Maroto”. Resolvido, preenchemos uma cartolina e pregamos na porta do bar”, diverte-se. “Nunca ficamos 100% satisfeitos, mas foi ficando, ficando… Pagode é alegria, é risos, é maroto”, diz.

Um dos fundadores do conjunto, em 1997, Bruno Cardoso começou na banda como pandeirista e logo se tornou o cantor principal de hits que caíram na boca do público como “Nada de pensar em despedida”, “Ainda Gosto de Você“, entre muitas outras músicas que os tornaram um dos grupos de samba/pagode de maior sucesso do país. Com mais de três milhões de seguidores no Instagram – o que não é pouco. A banda gravou cinco álbuns em estúdio e oito ao vivo, além de seis DVDs.“Nosso maior sonho quando começamos era poder cantar no Faustão ou no Gugu.”

Bruno também falou sobre os projetos de futuro. “Assim que acabar a pandemia, vamos lançar um novo projeto que já está pronto e é quase uma psicografia que estamos vivendo.” O novo trabalho, segundo Bruno, é um “mergulho nas certezas e incertezas da vida”, principalmente depois de diagnosticado a doença no coração. Eu tinha certeza que meu mundo poderia acabar amanhã e tinha a incerteza se o meu mundo é realmente iria acabar amanhã.  Daí, pensei. Antes que o mundo acabe, eu preciso de alguma forma colocar isso para fora”, disse.

“Tenho que deixar um legado para as pessoas, uma missão não somente de entreter, no sentido de fazer uma festa, de fazer as pessoas se beijarem na boca e ficaram felizes. Acho que a gente pode provocar outras sensações. Eu gostaria que as pessoas tivessem um pouco de noção de um mundo além do que aquelas coisas que a gente está acostumado a viver, que provocasse reflexões não somente musicais. Daí, surgiu o projeto AMA que é uma abreviação de “antes que o mundo acabe”. Hoje estou vivendo experiências novas, tentando ser feliz ao máximo, porque amanhã não sei o que vai acontecer. A gente tem medo de um monstro invisível”, finaliza.