Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é colunista da revista Isto É. Começou a carreira jornalística em 1996. É graduado em Comunicação Social pela FACHA, do Rio de Janeiro, e pós-graduado em Ciência Política pela UnB. A partir de 2000, passou por ‘Jornal do Brasil’, ‘Agência Rio de Notícias’, ‘Correio do Brasil’, ‘Gazeta Mercantil’ e outros veículos. Assinou o Informe JB de 2007 a 2011, e também foi colunista da Gazeta. Entre 2009 e 2014 apresentou os programas ‘Frente a Frente’ e ‘Tribuna Independente’ (ao vivo) na REDEVIDA de Televisão, em rede, foi comentarista político do telejornal da Vida, na mesma emissora e foi comentarista da Rede Mais/Record TV em MG. Em 2011, lançou a ‘Coluna Esplanada’, reproduzida hoje em mais de 54 jornais de 25 capitais. Foi colunista dos portais ‘UOL’ e ‘iG’. Conta com equipe em Brasília, e correspondentes no Rio, Salvador e São Paulo. É também comentarista das rádios ‘Super TUPI’, do Rio, e 'Muriaé' FM. Assina a Coluna com equipe de Brasília, Rio e SP.

A fuga com algema garantida

A fuga com algema garantida

A Polícia Federal já identificou dezenas de brasileiros alvos do inquérito no STF sobre a baderna do dia 8 de Janeiro de 2023 que atravessaram a fronteira para a Argentina e o Paraguai via aérea, deixando rastros, e via terrestre, com as placas dos carros. São grupos que se organizaram claramente para fugir da eventual prisão a mando do ministro Alexandre de Moraes. Boa parte deles fez contatos em grupos de aplicativos como WhatsApp e Telegram, para tratarem da rota de escape. Contrataram banca de advogados no Brasil e em Buenos Aires para tentar um asilo político a ser solicitado ao presidente Javier Milei. Nada oficial ainda. Há informações de que mais de 20 brasileiros procurados, e suas famílias, em condições para os gastos, estão em hotéis, e outros alugaram casas por temporada esperando “a poeira vai baixar”. O que lhes deixa desconfortáveis é o recente episódio da prisão em Buenos Aires do foragido Toinho do Bitcoin, pela Polícia Nacional de lá – o equivalente à PF daqui.

Dezenas de brasileiros alvos do inquérito no STF atravessaram a fronteira para Argentina e Paraguai atrás de um (difícil) asilo político

Que torcida animada

A fuga com algema garantida
AFP

A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, o Google Brasil e outras multinacionais norte-americanas foram procuradas por deputados federais do PT, PSD e União atrás de convites para visitas oficiais aos EUA. Não por acaso, as datas sugeridas coincidem com os jogos da seleção na Copa América na Califórnia. Em agendas assim, a Casa paga tudo.

Discrepância na adoção trava processos

A fuga com algema garantida
Reprodução

Hoje no Brasil há 4.825 crianças disponíveis para adoção e 36.282 pretendentes, segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça. O grande problema está no fato de que a maioria das pessoas (22.866) projetarem adotar filhos de 4 a 6 anos (681), faixa etária com a menor soma disponível. Enquanto na faixa de 14 a 18 anos existem 1.565 adolescentes para 160 famílias que aceitam a idade. Outra adversidade surge quando se analisam as informações por Estado: em 17 deles, o número total de crianças é maior que o de requerentes. Apenas em São Paulo essa contagem se sobressai.

O gás de Milei na conta do Brasil

Javier Milei em Buenos Aires em 8 de maio de 2024 - AFP/Arquivos

Javier Milei em Buenos Aires em 8 de maio de 2024 – AFP/Arquivos

Como o mercado manda tanto num País quanto seus mandatários políticos, o setor de gás e os industriais estão no compasso de espera do dia em que Lula da Silva vai aparecer abraçado a Javier Milei. A Bolívia reduziu a oferta para o Brasil. A Argentina, quebrada, tem a maior reserva de gás do mundo, o campo de Vaca Muerta. O bom senso indica que a venda será muito mais fácil para o país vizinho que para a praça asiática e européia no embarque por navios. A turma que cuida dos projetos de reindustrialização do Brasil nos setores de fertilizantes e químico aguarda o projeto de gasodutos.

Queda de Geller, festa no Palácio

A chefe de gabinete da Casa Civil, Miriam Belchior, comemorou a degola do enrolado Neri Geller do Ministério da Agricultura. Eles têm rusgas desde quando ele era ministro de Dilma Rousseff e ela, coordenadora do PAC. Lula bancou a nomeação para agradar os ruralistas e ficou com a conta.

Apontador de canteiro

Dia desses o ministro do STF Nunes Marques, um maçom, fez visita institucional ao Grande Oriente do Brasil. Poucos sabiam de sua associação à Ordem. É tido como bom exemplo, entre tantas milhões de histórias de superação. Nunes quando jovem era apontador de canteiro de obra no Piauí e dali saía para as aulas na faculdade de Direito.

Falta assalto a bordo

As três grandes companhias aéreas não fazem questão de esconder a ganância diante da tragédia climática do Sul. Só falta assalto à mão armada a bordo. Pesquisas da Coluna com preços do antes e depois das enchentes apontam que Azul, Gol e Latam dobraram – e em alguns casos quadruplicaram – o preço da passagem para Porto Alegre.

NOS BASTIDORES

Campos redivivo

O PSB estuda um grande ato em agosto para lembrar o legado – no partido e em Pernambuco – do líder Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo na campanha de 2014.

País dos caras-de-pau

Justiceiros dos TREs, que prezam pela boa conduta nas campanhas, estão surpresos com a quantidade de políticos fichas-sujas que lançaram pré-candidaturas confiando em manobra judicial para se livrarem.

A culpa é da mulher?

O açodamento do debate no Congresso causou extravagâncias desse tipo: no PL do aborto, a mulher violentada que retirar o feto pega mais anos de cadeia que o estuprador. Líderes estão varando a madrugada para consertar o estrago na emenda.

Plano JB – Senado

Jair Bolsonaro está mapeando nomes potenciais para o Senado. Ciente de que não tem mais chances jurídicas de reverter sua situação, quer eleger ao menos 35 senadores, uma bancada para chamar de sua.