Pelo menos seis mulheres já se apresentaram para ocupar a cadeira do atual prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB): Manuela D’Ávila (PCdoB), Maria do Rosário (PT), Fernanda Melchionna (PSOL), Juliana Brizola (PDT), Any Ortiz (Cidadania) e Mônica Leal (PP). De todas, Manuela é a que mais tem chance, segundo os últimos levantamentos feitos pelo Instituto Paraná Pesquisas, mas o prefeito Marchezan ainda lidera as consultas de intenção de votos. Ocorre que o prefeito vem perdendo prestígio nos últimos dias em função de um novo pedido de impeachment que deu entrada na Câmara. Apesar do elevado número de mulheres na disputa, outros homens, além de Marchezan, estão melhor posicionados na corrida, como é o caso de Sebastião Melo (MDB) e José Fortunati (PTB).

Nunca

Embora o número de pretendentes à vaga de Marchezan seja expressivo, a cidade nunca elegeu uma prefeita. É bem verdade que as mulheres já sentaram na cadeira de prefeito, mas de forma interina. A desvantagem feminina no pleito é que pelo menos cinco delas têm origem na esquerda, o que poderá causar uma grande autofagia, favorecendo a reeleição.

Brizola

O que chama a atenção na disputa é que algumas dessas mulheres representam famílias tradicionais da política no Rio Grande do Sul. É o caso de Luciana Genro, filha do ex-governador Tarso Genro, além de Juliana Brizola, neta do ex-governador Leonel Brizola. Gaúchas, como as da minissérie da Globo, gostam de uma boa “peleia”. Darão trabalho.

Juros tabelados

Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Senado aprovou na quinta-feira, 6, o projeto do senador Álvaro Dias que limita a 30% os juros do cartão de crédito e do cheque especial. A medida foi aprovada por 56 a 14. Atualmente, o brasileiro paga até 1.200% de juros cobrados pelos bancos. Agora, a medida precisará passar na Câmara, mas o presidente da Casa, Rodrigo Maia, não está a fim de levá-la adiante. O lobby dos bancos é enorme.

Rápidas

* A Sig Sauer, produtora de revólveres que usa o deputado Eduardo Bolsonaro como lobista para instalar nova fábrica no Brasil, ganhou outro garoto propaganda: Fábio Wajngarten estava armado com uma pistola da marca ao render um ladrão em São Paulo na quinta-feira, 6.

* O vice-presidente Hamilton Mourão já tem candidato a prefeito em São Paulo. Trata-se de Levy Fidélix (PRTN), o homem do aerotrem. Fidélix conta com a popularidade de Mourão para sair de traço nas pesquisas.

* Ciro Gomes e Eduardo Bolsonaro continuam trocando farpas no Twitter. Eduardo chamou Ciro de “coroné”. “Você e seu pai produziram 100 mil mortes. Quando eu for presidente, vou trabalhar para colocá-los na cadeia”, bateu Ciro.

* Carlos Bolsonaro publicou foto de Sergio Moro ao lado do secretário Alexandre Baldy, preso na semana passada em São Paulo. Mas, em janeiro de 2019, o secretário posou ao lado do seu pai, belo e faceiro. Tiro no pé.

Retrato falado

“A postura de Bolsoonaro frente à pandemia é equivocada e ele não dá um bom exemplo” (Crédito:GUSTAVO)

O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse, em live na ISTOÉ, na sexta-feira, 3, que o comportamento de Bolsonaro na pandemia, que já matou mais de 100 mil brasileiros, tem sido errático. Para Kassab, não fosse o Sistema Único de Saúde (SUS), “o nosso sofrimento seria ainda maior”. Ele diz adotar uma postura de independência em relação ao governo, embora admita ter dado conselhos ao presidente para que ele mantenha a postura mais conciliadora que vem praticando.

Bicadas na economia

Um tucano disfarçado de bolsonarista, o ex-deputado Rogério Marinho está dando bicadas no ministro Paulo Guedes. Considerado “desenvolvimentista”, em claro confronto com o “liberalismo” de Guedes, Marinho tenta emplacar o plano Pós-Brasil, que teria em torno de R$ 50 bilhões para promover a gastança em obras públicas entre 2021 e 2022, mirando a reeleição de Bolsonaro. Seriam 137 obras.

Só para revitalizar o Rio São Francisco seriam R$ 15 bilhões. Para obter a grana, Marinho trabalha na Câmara para aprovar o projeto dos fundos, do deputado Mauro Benevides, que pode render R$ 177 bilhões para o caixa do governo. Gastar é o sonho de Marinho e Bolsonaro.

Teto de gastos

Já Guedes está apavorado com a movimentação de seu ex-pupilo, sobretudo quanto à pressão do aumento dos investimentos no teto de gastos. Afinal, o déficit primário já atingiu R$ 188,6 bilhões em junho. Pode fazer saltar a dívida pública de 85,5% para 98,2% do PIB. Um prato cheio para as agências de risco.

Toma lá dá cá

Janaína Paschoal, deputada estadual (Crédito:Wenderson Araujo)

Como a senhora vê o trabalho de Bolsonaro no combate à Covid?
A política do governo está correta. Porém, não me agrada a posição pessoal do presidente diante da crise. Ele tem apresentado uma postura de adolescente frente à pandemia.

A senhora chegou a pedir para ele renunciar. Repetiria isso hoje?
Bolsonaro é muito emotivo. Tenho uma divergência saudável, mas não rompi com ele. Sigo fiel às minhas convicções.

Como a senhora viu os ataques bolsonaristas ao Congresso e ao STF?
O mesmo Supremo, que há alguns anos garantiu o direito de se fazer a marcha da maconha, agora entende
serem antidemocráticas as manifestações com cartazes pedindo o fechamento do Congresso e do STF. È
péssimo para a democracia.

PT contra a merenda

O PT transformou a disputa eleitoral em São Bernardo do Campo num claro prejuízo à merenda escolar de 82 mil crianças. É que o prefeito Orlando Morando (PSDB) instituiu o “cartão merenda” para disponibilizar R$ 85 para cada aluno da rede pública municipal e o PT tentou barrar a divulgação do programa ingressando na Justiça, sem sucesso.

Marcelo Gonçalves

Inconformismo

A decisão do PT irritou até mesmo o deputado Alex Manente (Cidadania), que foi aliado do petista Luiz Marinho, candidato a prefeito da cidade em 2008. Desta vez, Manente declara guerra ao petista, por entender que ações contra a pobreza devem ser prioridade. “O mais urgente é o combate à fome das crianças carentes de São Bernardo”, diz Manente.

A Covid abala o STF

Adriano Machado

O ministro Gilmar Mendes (STF) já queria ter pautado o caso da suspeição do ex-juiz Moro alegada por Lula. Acontece, porém, que os magistrados estão assustados com o elevado númerode casos de Covid no Tribunal e não querem a realização de sessões presenciais: 40 funcionários do STF contraíram o vírus.