Simone Tebet (MDB-MS) se transformou em um fator importante na eleição de 2022. Após se destacar na CPI da Covid no Senado, tendo sido responsável por induzir o deputado Luís Miranda a incriminar Ricardo Barros no escândalo da Covaxin, a senadora já surge entre os pré-candidatos que pontuam nas pesquisas para presidente, com 2%. Isso despertou o interesse de vários partidos pelo seu passe. É o caso de João Doria, que já pensa em tê-la como vice. O governador de São Paulo quer uma mulher na sua chapa. Chegou a pensar em uma nordestina, mas ficou encantado com o desempenho de Simone na CPI. Ela está entre ser candidata a presidente pelo MDB ou ser candidata à reeleição ao Senado pelo Mato Grosso do Sul. Emissários do PSDB já procuraram a senadora para conversar.

Baleia

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, está propenso a aceitar uma aliança com os tucanos, entendendo que esse seja o
melhor caminho para a legenda. Afinal, líderes da agremiação, como Michel Temer, estão empenhados em encontrar um candidato da terceira via como alternativa a Lula e a Bolsonaro. Temer chegou a colocar seu nome na roda.

Obstáculos

O problema é que no MDB há grupos importantes muito próximos a Lula, como Sarney e Renan Calheiros. Mesmo entre essas lideranças o nome de Simone tem despertado interesse. Filha de Ramez Tebet, ex-presidente do Senado pelo MDB, que morreu em 2006, mas que ainda goza de prestígio no partido, Simone está agitando os bastidores de Brasília.

O dilema de Datena

Beto Barata

O apresentador José Luiz Datena vive o mesmo drama enfrentado por Luciano Huck: ficar na televisão ou largar tudo para entrar na política. Ele aparece com 4% no Datafolha para presidente, mas isso não significa que será candidato. Em 2018, aparecia com 30% para o Senado e não topou o desafio. É duro ter que abrir mão dos milhões da TV para se sujeitar a perder tudo numa disputa eleitoral imprevisível.

Retrato falado

“Não confundam o perfil mineiro de se fazer política com tolerância àquilo que não transigimos” (Crédito:Beto Barata)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem sido responsável por várias derrotas de Bolsonaro no Congresso, como a devolução da MP das Fake News, irritando os bolsonaristas. Aos que imaginavam que ele iria abrir as porteiras para o mandatário passar a boiada das pautas ideológicas, Pacheco mostra que está comprometido com o processo democrático. “Quem objetivar mitigar o Estado de Direito ou estabelecer retrocessos à democracia terá o pulso firme da política mineira.”

Fuga de investidores

A estabilidade política é o principal fator levado em consideração pelas empresas dispostas a investir seus recursos nos países em desenvolvimento. Por isso, quando Bolsonaro ameaça dar um golpe e mudar as regras do jogo democrático, a primeira coisa que fazem é suspender os projetos para novos investimentos no País. É o que está acontecendo agora. As empresas estrangeiras estão batendo em retirada. Muitas se recusam até a participar de leilões de processos de concessões do governo federal, que no passado eram bastante atrativos. Agora, os executivos preferem aguardar que a situação política arrefeça e que o mandatário deixe de estressar o ambiente econômico.

Para 2023

Muitos executivos dessas empresas revelam que vão esperar passar a eleição do ano que vem para voltar a investir aqui só a partir de 2023, com a posse do novo mandatário. Nesse caso, aguardarão a eleição de alguém mais comprometido com a estabilidade política do que o atual presidente brasileiro.

Toma lá dá cá

Carla Morando, deputada estadual do PSDB-SP (Crédito:Divulgação)

Como vê o combate à Covid em São Paulo?
O Instituto Votorantim acaba de divulgar o ranking com o desempenho dos municípios na pandemia e São Bernardo foi a 1ª das 31 cidades da Região Metropolitana, comprovando a eficiência da gestão do prefeito Orlando Morando.

O que acha da decisão de João Doria lançar a candidatura de Rodrigo Garcia para o governo de São Paulo?
Rodrigo tem sido o copiloto que todo comandante quer ter. Não tenho dúvida de que terá sucesso em 2022.

A senhora está sendo cogitada para ser a vice de Rodrigo. O que acha disso?
Fui líder do PSDB na Assembleia e colaborei para que o Estado aprovasse a reforma administrativa. É importante ter uma mulher na chapa, mesmo que não seja eu.

O reforço das bancadas

Os presidenciáveis estão empenhados também na estruturação de chapas de deputados federais nos Estados, com nomes que sejam puxadores de votos. Em São Paulo, pelo menos oito secretários de Doria serão candidatos a deputado, entre eles Marco Vinholi, que pode ser ainda candidato a vice de Rodrigo Garcia ou disputar uma vaga no Senado.

Pesos-pesados

Outros secretários de peso de Doria que devem disputar as eleições em 2022 são Henrique Meirelles, que pode ser candidato
ao Senado por Goiás, e Rodrigo Maia, que deve ser candidato à reeleição como deputado pelo Rio. Outros que pretendem disputar uma vaga na Câmara são: Patrícia Ellen, Rossieli Soares, Alexandre Baldy e Itamar Borges.

Saco de maldades

Apesar de estar na base aliada do governo, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, soltou cobras e lagartos contra a decisão do mandatário de aumentar o IOF para bancar o Bolsa Família. “Isso é uma maldade contra o povo brasileiro”, disse o parlamentar. O IOF incide até sobre consignados para os aposentados e nas prestações habitacionais.

Rápidas

* A empresária Luiza Trajano é a vice que todos sonham. O cacife da dona do Magalu aumentou depois que ela foi eleita pela revista americana “Time” como uma das 100 personalidades mais importantes do mundo. Ela nega que tenha sido procurada por Lula para conversar.

* Os apagões vêm aí. Em setembro de 2001, quando aconteceram os blackouts de energia, os reservatórios estavam com capacidade de 20,8% e, neste mês, as reservas apontam para índices mais preocupantes, de apenas 18,2%.

* Se Tábata Amaral subirá ao altar com o prefeito do Recife, João Campos, ninguém sabe, mas que ela já decidiu casar com o PSB do namorado é um fato consumado. A deputada se indispôs com o PDT por causa da Reforma da Previdência.

* Além de ter determinado a interrupção da vacinação de adolescentes, Bolsonaro deixou sem dinheiro o Ipen, que produz matérias- primas para remédios contra o câncer: 10 mil pessoas ficarão sem os medicamentos.