Apesar de tropeçar com a acusação de que os funcionários públicos são parasitas, Paulo Guedes nunca teve tanto prestígio com Bolsonaro. Depois do enfraquecimento de alguns ministros, como Onyx Lorenzoni, e da fritura de outros, como Sergio Moro, Guedes reassumiu o papel de Posto Ipiranga, sendo consultado pelo presidente sobre tudo, inclusive a respeito dos passos que deve dar na reforma ministerial. Foi de Guedes a sugestão de ter Rogério Marinho no Desenvolvimento Regional no lugar de Gustavo Canuto. Marinho era o braço direito de Guedes na Secretaria de Previdência e Trabalho e agora terá como missão resolver a crise no Minha Casa, Minha Vida, que tem uma fila enorme de deputados não atendidos em seus pleitos para a construção de casas nos seus redutos.

INSS

No mesmo pacote de mudanças, Guedes sugeriu que Bolsonaro transferisse Canuto para a presidência do Dataprev, a estatal que cuida do processamento de dados do INSS, onde há outro problemão para o governo resolver: a fila de milhares de brasileiros que não conseguem se aposentar ou resolver problemas de saúde.

Moro

Guedes também está orientando o presidente sobre a necessidade de outras mudanças de ministros e de assessores, que estão queimados na praça. Guedes já mostrou que é pé quente: indicou Moro a Bolsonaro, levando o ex-juiz à casa do então presidente eleito para a conversa final que o fez aceitar ser ministro da Justiça.

Racha na família

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail
Marcos Oliveira/Agência Senado

O ex-senador Roberto Requião criou uma cisão na família por conta da candidatura do MDB à prefeitura de Curitiba (PR). Seu sobrinho, o ex-deputado João Arruda, era o candidato do partido ao cargo, mas Requião exigiu que ele desistisse da disputa. Velho caudilho desde os tempos em que a legenda chamava-se PMDB, Requião resolveu que ele próprio será o candidato à cadeira do prefeito Rafael Greca (DEM).

Rápidas

* A juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Criminal Federal, de Curitiba, que já foi ocupada por Moro, mantém a linha dura contra a família Lula. Mandou suspender o sigilo sobre a investigação contra Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, devido “à magnitude” dos seus crimes.

* O governo mostra como age com os adversários. O caiapó Patxon Metuktire foi demitido da coordenadoria da Regional Norte da Funai em Colíder. Ele é neto de Raoní, o líder indígena que vem criticando Bolsonaro.

* Conforme esta coluna antecipou na sua última edição, o senador Antônio Anastasia deixou o PSDB e filiou-se ao PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab. Anastasia mudou para ajudar na reeleição do prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD).

* O governo brasileiro proibiu que as duas aeronaves da FAB, que foram repatriar os 34 brasileiros em Wuhan, trouxessem dez argentinos como passageiros. Afinal, o presidente Alberto Fernández pregou o Lula livre.

Retrato falado

“O PT ficou obsoleto” (Crédito:Agência Brasil / Arquivo)

O ex-presidente do PT, Tarso Genro, recusou-se a participar das festas em comemoração aos 40 anos do partido, realizadas na segunda-feira 10. Genro presidiu a legenda durante o processo do mensalão – no qual seus companheiros foram acusados de enorme roubalheira de dinheiro público – e naquela oportunidade tentou refundá-la, sem sucesso. Foi impedido pela cúpula partidária, onde se inclui Lula. Agora, diz não se sentir mais identificado com o PT, que ajudou a fundar.

Huck vem aí

Enquanto não decide se será candidato a presidente em 2022, o apresentador Luciano Huck vai emitindo sinais de que está aquecendo os motores. Primeiro, ocupou o palco do Fórum Econômico Mundial com desenvoltura e foi até aclamado como presidenciável. Agora, acaba de publicar no jornal “Folha de S. Paulo”, na edição de sexta-feira 7, um artigo em que praticamente lança as bases da eventual candidatura. E tem até um mote para a campanha: acabar com as desigualdades.
No artigo, Huck dá várias dicas dessa inclinação. Mostra-se chocado com as injustiças sociais e critica os ricos brasileiros, dizendo que “há um desdém cínico de uma elite pelos mais pobres”.

Estudos


Deixa claro que não está caindo de paraquedas na discussão dos problemas brasileiros. Suas andanças pela periferia e rincões do país para elaborar seu programa na TV, lhe ensinam muito. E não é neófito na política: participa ativamente dos debates no Agora e no RenovaBr, centros de formação de líderes.

Toma lá dá cá

José Nelto, Deputado (Podemos-GO) (Crédito:Danilo Borges)

O Congresso deve apreciar este ano importantes reformas, como a tributária e a administrativa. Elas passam?
Acredito que deveremos votar pelo menos uma delas. Caso contrário, o Congresso perderá ainda mais credibilidade perante a opinião pública.

A reforma tributária é bem complexa, não?
É a reforma mais difícil. Vamos cortar gorduras e diminuir o tamanho do estado, cobrando mais dos sonegadores e daqueles que têm benefício fiscal. É hora de promover justiça social.

E a reforma que prevê a extinção de municípios em um ano de eleição municipal?
Não permitiremos a extinção de municípios. Devemos reduzir em 30% os gastos com eles, para sobrar dinheiro para investimentos públicos na saúde e na educação.

O passado condena

Divulgação

O chefe da comunicação de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, não dá uma dentro. Convidou Luiz Galeazzo para a Diretoria de Conteúdo e Gestão de Canais Digitais da Secom, mas ele nem chegou a assumir. Caiu depois que o deputado Alexandre Frota divulgou, nas suas redes, fotos eróticas do publicitário com duas mulheres. E de pornografia Frota entende.

Pressões

Não adiantou Galeazzo espernear dizendo que as fotos eram antigas e que Frota é maldoso. A pressão da ala conservadora foi imediata, unindo pastores e deputados da bancada evangélica contra sua nomeação, forçando Wajngarten a recuar. Mesmo assim, o chefe da Secom pensa em contratar o publicitário garanhão como consultor.

 

 

Secretária laica


Divulgação

Regina Duarte nem assumiu a Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro e já mostra que não seguirá a cartilha dos evangélicos que desejam dominar o setor. Mandou demitir a pastora Jane Silva (à esq.), a segunda da pasta, que tentava aparelhar a Secretaria com religiosos ligados a ela, à revelia da atriz.

 


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias