O novo single de Eagle-Eye Cherry, “I Like It”, tem tudo para se tornar o hino da retomada pós-pandêmica. O refrão resume o que os seus fãs gostariam de voltar a fazer: “Sair sem controle / Aumentar o som do rock and roll / É assim que eu gosto”, diz um trecho da letra. O vídeo vai na mesma linha, com cenas de sua turma fazendo uma bela bagunça dentro de um ônibus. “Escrevi pensando nos bons tempos de Nova York, quando fazíamos festas todas as noites”, explica o músico. Assim como outras composições do início de 2020, a canção foi inspirada em Ramones e The Clash, bandas que Eagle-Eye ouvia na adolescência. Na época, vivia na estrada com o pai, o lendário trumpetista de jazz Don Cherry. Quando veio a pandemia, suas criações passaram a refletir o clima sombrio. No mês que vem, ele volta ao estúdio na Suécia, onde mora, para escolher quais canções entrarão no álbum. “Vou ter de sacrificar parte dos meus ‘filhos’ para ter um repertório equilibrado”, diz o músico, que só vai fazer shows em 2022. “Minha última turnê foi no Brasil”, explica. “Adoro o País, mas a população precisa trocar urgentemente de presidente.” Em sua mais recente passagem por São Paulo, ele filmou no centro da cidade as cenas do videoclipe “Down and Out”, produzido pela ForMusic. “A cidade me lembrou dos bons tempos em Nova York. É assim que eu gosto.”

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Talento em família

A família Cherry é considerada ‘realeza’ no mundo da música: o trumpetista Don Cherry, pai de Eagle-Eye, formou uma das duplas mais incendiárias do jazz ao lado do saxofonista Ornette Coleman. Neneh Chery, filha de Don e irmã de Eagle-Eye, fez sucesso nos anos 1990 com os hits “Manchild” e “7 Seconds”. Agora chegou a vez da filha de sua filha: Mabel é a nova sensação da música britânica desde que estourou nas paradas com “Don’t Call me Up”, canção que lhe rendeu o prêmio Brit Awards.