A jornalista carioca Maria Coutinho Beltrão foi a convidada da live da IstoÉ Gente na última quarta-feira (25). Na entrevista ao repórter Rafael Ferreira, ela fez uma imersão na carreira, contou os bastidores da chegada à Globo e, como numa resenha entre amigos e familiares, ela chorou, sorriu e se divertiu na conversa. Bem ao seu estilo, ora emotiva, ora divertida, ela detalhou seu trabalho diário e contou os pormenores do livro, que acaba de lançar, “O Amor Não se Isola”. A jornalista também comentou sobre religião – “A fé é a minha maior marca de vida”, afirma.

O livro dela, o primeiro na vida da autora, publicada pela editora Máquina de livros, é uma espécie de diário com boas histórias, reflexões e algumas confidências feitas em registros entre 18 de abril e 1º de agosto deste ano. Em 128 páginas, a jornalista desnuda suas vivências com familiares e amigos. Na entrevista, Maria fala que o livro é recheado de confidências e, sobretudo, muita emoção. Ela garante que as histórias de seu badalado dia a dia são contados em textos suaves. “Quis mostrar alegria, esperança e leveza nesses tempos excepcionais que estamos vivendo”, diz.

Na conversa, a jornalista conta que o projeto do livro nasceu de um desafio proposto pelo marido, para quebrar a rotina durante a reclusão na pandemia. A ideia era escrever, em um caderno, histórias sem pautas ou personagens definidos, sob a forma de um diário. Inicialmente despretensioso, a obra ganhou corpo e a alma de Maria. Na live, Beltrão deixa claro que “O amor não se isola” não é um livro sobre a pandemia nem tampouco tem a crise sanitária como pano de fundo. O trabalho é uma reflexão sobre a vida em todas as suas dimensões.

Maria revela que adotou a técnica “Morning Paper, da escritora e jornalista americana Julia Cameron, para escrever o livro – conceito em que a escrita é usada para tratar do bloqueio criativo. Na prática, o conceito é o nome que se dá ao exercício de escrever em três páginas inteiras tudo aquilo que está na cabeça, sem filtros. O segredo para desembolar a escrita é que o autor seja livre, sem ser gramaticalmente correto. Na verdade, nem tudo precisa ter sentido. O objetivo é escrever logo ao acordar, com o que vem na cabeça. “Deixa a mente jorrar”, disse Maria.

Pois bem, diz Maria Beltrão, das mal traçadas linhas ( “que deram um trabalhão na edição final”, diverte-se) surgiram relatos, extremamente pessoais e íntimos, que expõe, mais que mostram, uma mulher sensível, apaixonada, inteligente, culta e bem-humorada. Muitos do “clube de amigos de Maria” são personagens do livro. Outros participam efetivamente: o prefácio é assinado por Octavio Guedes e a orelha, por Christiane Pelajo, colegas jornalistas da GloboNews. Aqui cabe dizer: eles tietaram, brilhantemente, durante a live.

Na entrevista, Maria Beltrão conta detalhes do livro, como o encontro com a apresentadora Hebe Camargo, que ajudou ela a não desistir da profissão, e os bastidores da transmissão do Oscar na TV Globo com José Wilker, que primeiro questionou se ela entendia de cinema e que depois se surpreendeu com seu desempenho, o que fez com que se tornassem grandes amigos.

A apresentadora ainda falou da relação com a mãe, um tio e a sogra, muito querida, que faleceu na última semana. “O livro me ajudou na autoestima. Um parada para pensar, refletir e perceber minha trajetória. A pandemia trouxe uma nostalgia, uma vontade de olhar para meu filminho de vida. Me ajudou a colocar o essencial na frente, um exercício de humanidade”, conclui.