Não se trata de ideologia, muito menos de coloração partidária. Trata-se de Política com “P” maiúsculo. Nesse sentido, a morte do ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, significa mais um desfalque importante no nosso empobrecido cenário político.

Tive a oportunidade de conviver com Goldman desde o início dos anos 1980. Com ele presenciei que é possível fazer da política um instrumento para a construção de um mundo menos desigual. E mais, Goldman em vários momentos provou que a busca da convergência é o caminho para a construção e para o avanço da democracia.

A jornada do ex-governador é marcada pela luta constante pela democracia em suas diversas etapas. Quem examinar o processo de transição que o País viveu nos últimos 50 anos certamente encontrará a atuação corajosa (mas não aventureira) e agregadora (mas não submissa) de Alberto Goldman.

Como parlamentar, secretário de Estado, ministro, governador e líder partidário, sempre fez da atividade política a busca do bom senso, do diálogo. Política de gente grande, de comprometimento, de engajamento, de debate de ideias, sem ódio e com incansável busca de inclusão.

E por isso que Goldman fará falta. Hoje nos faltam políticos com posturas que vislumbrem mais do que a próxima eleição, com propósitos mais nobres do que o de massacrar os que pensam diferente.