Os juros futuros de curto prazo fecharam a sessão regular desta quarta-feira, 19, perto dos ajustes anteriores, com viés de alta, e os longos, em queda, refletindo a expectativa pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) esta noite e o ambiente favorável a moedas de economias emergentes, com o cenário eleitoral no radar. A pesquisa Ibope, que mostrou avanço de 11 pontos porcentuais do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, pressionou para cima as taxas na abertura, mas depois foi absorvida.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019, que melhor reflete as apostas para a política monetária até o fim de 2018, encerrou a 6,785%, de 6,775% ontem no ajuste, e a taxa do DI para janeiro de 2020 passou de 8,497% para 8,53%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 9,74%, de 9,726% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2023 caiu de 11,425% para 11,36% e a do DI para janeiro de 2025, de 12,214% para 12,14%.

“O mercado está ‘operando’ Copom e a inclinação da curva, com as taxas curtas levemente pressionadas e as longas em queda. Não há espaço para um comunicado dovish, que deve deixar condições preparadas para o caso de vencer um governo não reformista”, afirmou o gestor de renda fixa da Absolute Investimentos Mauricio Patini. Para a decisão em si, permanece o consenso de apostas em torno da manutenção da Selic em 6,50%.

A pesquisa Ibope mostrou que, no cenário de primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL) subiu de 26% para 28% das intenções de voto e que Fernando Haddad (PT) está isolado em segundo lugar, ao avançar de 8% para 19%. Em terceiro, vem Ciro Gomes (PDT), com 11%. “Com esse crescimento de Haddad, a probabilidade de haver segundo turno entre ele e Bolsonaro aumentou significativamente, embora não se possa descartar totalmente outros cenários”, disse Marcia Cavallari ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. No cenário em que os dois se enfrentam na segunda etapa da eleição, há um empate: 40% a 40%. Na madrugada da amanhã, estão previstos os números do Datafolha.

“A pesquisa tinha potencial de amargar a boca do mercado, dado o crescimento forte de Fernando Haddad em relação ao levantamento anterior. Mas até agora o mercado está digerindo bem os números e não se deixou assustar”, diz relatório da Guide Investimentos.

Nos demais ativos, na última hora, o Ibovespa se firmou no terreno negativo, aprofundando o movimento de realização de lucros, após três sessões seguidas de alta. Às 16h33, o índice recuava 0,52%, aos 77.904,03 pontos.

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O dólar manteve-se em baixa ante o real, cotado em R$ 4,1243 (-0,48%) no segmento à vista, no horário acima. O real está em linha com a valorização da maioria das moedas de economias emergentes.


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