As bolsas europeias operam em baixa, pressionadas por ações de petrolíferas e mineradoras, à espera do anúncio de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Um avanço bem maior do que o esperado nos estoques de petróleo bruto dos EUA está pressionando os preços da commodity desde ontem. Após sofrer um tombo de mais de 5% na sessão anterior, o petróleo recua cerca de 2% nos negócios da manhã.

Com isso, ações de petrolíferas negociadas nas praças da Europa apresentam algumas das maiores perdas. É o caso da Repsol (-3,2%) na Espanha, da Total (-2,6%) na França e da Shell (-3,3%) no Reino Unido.

Além disso, dados fracos de inflação ao consumidor da China, que em fevereiro atingiu o menor nível em dois anos, e a recente desvalorização do yuan afetam os papéis de grandes mineradoras em Londres, como BHP Billiton (-6,2%), Glencore (-3,6%) e Rio Tinto (-2,6%).

Outro destaque negativo é o grupo varejista francês Carrefour, cujo lucro caiu 24% no ano passado, a 746 milhões de euros, embora sua receita tenha ficado praticamente estável. Em Paris, suas ações tinham queda próxima de 5%.

Ainda nesta manhã, às 9h45 (de Brasília), o BCE anuncia decisão de política monetária, mas não há expectativa de mudanças. O foco, então, será a coletiva de imprensa com o presidente do BCE, Mario Draghi, a partir das 10h30 (de Brasília).

Alguns economistas acreditam que o BCE poderá assumir um tom mais “hawkish” (favorável à retirada de estímulos), uma vez que a inflação na zona do euro recentemente avançou para 2%, ultrapassando a meta da autoridade monetária, que é de taxa ligeiramente abaixo desse patamar. Outros, porém, lembram que a inflação subjacente do bloco, que exclui preços de energia e de alimentos, permanece abaixo de 1%.

Às 8h27 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,73%, enquanto a de Paris recuava 0,21% e a de Frankfurt cedia 0,23%. Entre mercados europeus considerados periféricos, Milão tinha queda de 0,52% e Lisboa, de 0,20%, mas Madri era exceção e subia -0,68%. No mercado de câmbio, o euro se fortalecia, a US$ 1,0557, mas a libra perdia terreno, cotada a US$ 1,2157. Com informações da Dow Jones Newswires.