Em seis palavras, o administrador da Agência Espacial Norte-Americana, Bill Nelson, definiu com perfeição a equipe de astronautas que irá voar ao redor da Lua por dez dias, no final de 2024, na Missão Artemis II. Dixit: “Essa é a tripulação da humanidade”. Motivo: ao contrário das tripulações que levaram à frente as viagens lunares do projeto Apollo nas décadas de 1960 e 1970, compostas de homens brancos nascidos nos EUA, a missão atual dá um espetáculo ao seguir à risca o ditame da diversidade – haverá a presença de uma mulher, de um preto e de um estrangeiro. É uma lição para a Terra. O comandante chama-se Reid Wiseman, tem 47 anos, é engenheiro e traz consigo a experiência de já ter participado da Estação Espacial Internacional (ISS). O piloto será o preto Victor Glover, 46 anos, oficial da Marinha norte-americana. A esses dois somam-se Christina Koch, 44 anos, engenheira e também integrante da ISS quando se tornou, no campo feminino, recordista de permanência do espaço, com 11 meses de viagem. E, finalmente, Jeremy Hansen, 47 anos, físico canadense que estará pela primeira vez fora de nosso planeta. Em 2025, o programa Artemis quer levar o homem de novo a pisar a Lua.

PIONEIRA A russa Valentina Tereshkova foi a primeira mulher a ir ao espaço, em 1963. Ficou sozinha por 71 horas. (Crédito:Divulgação)

ARQUEOLOGIA
Em monturos, relíquias romanas do século I

ESCAVAÇÕES Cidade francesa de Rennes: as peças mais importantes são representações em argila da deusa Vênus (à esq.) (Crédito:Divulgação)

O Instituto Nacional Francês de Pesquisas Arqueológicas anunciou em meados de março a descoberta de raridades na cidade de Rennes. Na semana passada, finalmente o instituto detalhou o que foi localizado. Os franceses exultaram. Revelou-se, após um metódico trabalho de escavações baseado em antigos mapas, que no local onde agora havia um depósito de lixo existiu um sofisticado centro de artesanato ao longo do período romano – Rennes foi fundada no século 1, quando então se chamava Condate Riedonun. Entre os objetos e relíquias dessa época há pratos, potes, moedas, e, mais importante, estatuetas em argila representando a deusa Vênus. O conjunto é considerado um dos mais significativos trabalhos arqueológicos dos últimos cem anos.

Divulgação

EUA
A justiça aperta ainda mais o cerco a Donald Trump. Ele se vitimiza e sua popularidade sobe

PRESSÃO Donald Trump no Tribunal Criminal em Manhattan: 34 acusações (Crédito:ED JONES)

Entra para a história da política norte-americana o dia 4 de abril de 2023. Pela primeira vez um ex-presidente da República, no caso o republicano Donald Trump, viu-se formalmente acusado de um crime. Perante o Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York, ele se declarou inocente das 34 acusações pelas quais já fora indiciado, mas isso de nada lhe serviu. Trump já é réu, e o máximo que conseguiu, pela prerrogativa de ser ex-mandatário, foi a de não ser algemado nem fotografado – mas teve de deixar suas impressões digitais na planilha de identificação como qualquer cidadão de seu país, na mesma situação, teria de fazê-lo. Ocorre nos EUA fenômeno sociológico bastante similar ao que se vê na América Latina: mesmo aqueles que acham que alguém errou, transformam esse alguém em vítima se ele estiver na iminência de ser preso, ou se autovitimizar: conforme a Justiça aperta o cerco, a popularidade de Trump aumenta e índices de pesquisas atuais o colocam novamente na Casa Branca — nos EUA, mesmo uma pessoa condenada e encarcerada, o que não é o caso de Trump na atual fase dos processos, pode ser candidata e, se eleita, tomará posse na Presidência. Entre outras acusações, Trump responde por fraude comercial, falsidade ideológica e a tentativa de comprar o silêncio de uma atriz pornô e de uma ex-modelo com as quais ele se relacionou.

POSE Trump ouviu a leitura das imputações e se diz inocente: ganho de capital político (Crédito:Timothy A. Clary-Pool/Getty Images/AFP)