“O 5G vai permitir um salto para o Brasil: no agronegócio, na indústria 4.0 e na conexão de dispositivos” Alejandro Adamowicz, diretor de tecnologia e estratégia da GSMA na América Latina (Crédito:Divulgação)

Aos poucos começam a ser desatados os nós que impediam a implantação do 5G no Brasil. Considerada uma revolução nas telecomunicações, a tecnologia já começou a ser testada pelas operadoras de telefonia no País. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também retomou os testes paralisados na pandemia e já prevê que o leilão da nova frequência aconteça no primeiro trimestre de 2021. Com isso, começa a ser definida a entrada definitiva do Brasil na nova era da ultravelocidade, que pode superar a atual em até 100 vezes e vai conectar, além das pessoas, sistemas e equipamentos da chamada Internet das Coisas.

O leilão das faixas deveria ter acontecido em 2019. Esse atraso adiou investimentos diretos das operadoras, que são estimados em R$ 8 bilhões. Um imbróglio que afetava o planejamento das empresas do setor e que pode agora se resolver, diz respeito à operadora Oi, que está em recuperação judicial e precisa solucionar seu endividamento na casa dos R$ 60 bilhões. Na última semana, as rivais Telefônica, Claro e TIM se uniram para fazer uma oferta pela área de serviços móveis da operadora, avaliada em R$ 15 bilhões, o que ainda depende do Cade. Outra pendência diz respeito à participação, ou não, da chinesa Huawei no fornecimento da infraestrutura. Os EUA continuam fazendo campanha contra a empresa chinesa, alegando falta de segurança industrial. Os americanos já convenceram até os britânicos a eliminar a Huawei de sua expansão no processo do 5G. Aqui, há dúvidas se o presidente Jair Bolsonaro vai trilhar o mesmo caminho.

Operadoras lançam 5G DSS

Sem definições oficiais e vendo o tráfego crescer na pandemia, operadoras lançaram o 5G DSS, serviço adaptado à frequên-cia do 4G, enquanto o 5G não está disponível. Como uma estrada, ela conta com várias faixas, mas já está congestionada. Por isso, os serviços oferecidos são limitados. Com aceleração da digitalização na crise, as operadoras precisam do 5G. “A digitalização cresceu e pode ficar maior com o 5G, ajudando no ganho de produtividade e até na recuperação econômica”, diz o diretor de soluções e tecnologia de redes da Ericsson, Paulo Bernardocki. Até 2025, a América Latina deve ter 53 milhões de conexões em 5G, sendo que o Brasil responderá por 40% desse volume, segundo dados da GSMA, entidade que reúne as operadoras em todo o mundo. “Mais do que velocidade, o 5G permite conectar mais dispositivos numa casa, numa indústria ou até no campo trazendo prosperidade”, explica o diretor de tecnologia e estratégia da empresa na América Latina, Alejandro Adamowicz. Espera-se que o processo avance, enfim.