A empresária Maíra Cardi contou que a filha Sophia, de 6 anos, fruto de um antigo relacionamento com Arthur Aguiar, está passando por um período turbulento devido à adaptação à nova residência e ao colégio. A esposa de Thiago Nigro pediu auxílio às seguidoras que são mães.
“Estou arrasada! Essa é a verdade. Sophia não está se adaptando à escola, à nova vida, e está muito difícil. Sei que muitas mães me acompanham e que a adaptação na escola é muito difícil para todos. Não é só para Sophia, é para todas as crianças. Mas acredito, e é por isso que estou dividindo isso com vocês, para que possam me ajudar. Acredito que para a Sophia esteja um pouquinho mais difícil. Por quê? Vamos lembrar o que aconteceu nesses últimos tempos. Fiz um vídeo falando sobre a importância da Thaís na nossa vida e a babá morreu. Ela ficou muito mal porque gostava muito da Thaís, todos nós gostávamos dela, e ela faz muita falta”, disparou Maíra, em um vídeo postado em seu perfil do TikTok na segunda-feira, 10.
“Thaís era a babá dela nos finais de semana, não a via todos os dias, mas ela sentiu muito a morte de Thaís porque estava esperando um filho e o perdeu na sequência da gravidez. Logo depois, eu engravidei, e ela ficou com medo, porque, na cabeça dela, a gravidez passou a ser uma informação ruim. Ela se assustou muito e ficou com medo de que eu morresse durante a gravidez. Ela ficou assim: ‘A gravidez é ruim, porque morre a mãe ou morre o filho’. Depois, o irmão faleceu e agora ela perdeu a casa onde morou praticamente a vida inteira”, pontuou.
“Ela perdeu o quarto e não tem quarto aqui nessa casa porque a gente ainda não arrumou o ar-condicionado. Ela está no nosso quarto e, por isso, não está se sentindo pertencente. As melhores amigas dela se mudaram para outra cidade, então ela perdeu todas. Ela perdeu a escola e, para uma criança, é muita coisa: babá, irmão, escola, quarto, melhores amigas. Ela está arrasada! Hoje foi um dia muito ruim para nós. Está muito difícil! Não está fácil, não está. Estou com o meu coração de mãe angustiado”.
“Ela não quer sair, só fica com as três naninhas emboladas, voltou a chupar chupeta porque está triste e não quer sair de casa. Ela não sai de casa, não quer brincar e não quer fazer nada. Óbvio que vou procurar um psicólogo para ela, antes que alguém pergunte. Ela precisa fazer as sessões, vou procurar, e estávamos esperando a mudança para achar um. Estou arrasada! É isso! Quem é mãe e tem alguns conselhos para me dar?”, finalizou.
Telma Abrahão, especialista em inteligência emocional e idealizadora da Educação Neuro Consciente, explica que “a adaptação a uma nova escola pode ser desafiadora para qualquer criança, pois envolve mudanças que afetam sua segurança emocional: um novo ambiente, novos colegas, professores desconhecidos e uma rotina diferente. Quando essa transição ocorre junto a um luto, mesmo que a criança ainda não compreenda completamente a morte, o impacto emocional pode ser ainda mais profundo”.
Segundo ela, é importante entender que crianças expressam suas emoções de maneiras diferentes dos adultos. Algumas podem verbalizar o que sentem, enquanto outras demonstram por meio do comportamento: insegurança, regressões (como voltar a dormir na cama dos pais ou chupar o dedo), crises de choro ou resistência em ir para a escola.
“No caso específico da filha de Maíra Cardi, o fato de ela chamar pelo nome da babá que faleceu indica que essa relação era significativa para ela. Crianças pequenas ainda não têm a maturidade neurológica para compreender o conceito de morte como algo definitivo e, muitas vezes, tentam resgatar o vínculo da única maneira que conhecem – chamando, perguntando ou até buscando a pessoa de alguma forma”, diz.
Telma Abrahão dá dicas de como ajudar a criança nesse processo de adaptação:
Criação de uma conexão segura no novo ambiente
A criança precisa se sentir emocionalmente segura para se adaptar à escola. Isso pode ser feito por meio da construção de um vínculo com algum professor ou funcionário que demonstre afeto e acolhimento. Estabelecer algo que gere previsibilidade também ajuda, como uma rotina fixa ao chegar, um abraço especial com a mãe na despedida ou um objeto de conforto (como um ursinho pequeno na mochila, por exemplo).Nomear os sentimentos
Crianças nem sempre sabem expressar o que estão sentindo, então os pais podem ajudá-las a entender suas emoções:
“Você está sentindo saudade da Thaís e, ao mesmo tempo, ainda está conhecendo sua nova escola. Tudo isso pode parecer muita coisa de uma vez, não é? Mas estamos aqui para te ajudar.”
Isso ensina à criança que é normal sentir saudades e que suas emoções são bem-vindas.Falar sobre as mudanças de forma lúdica
Brincar de “escolinha” com bonecos, contar histórias sobre personagens que também mudaram de escola ou criar um diário de adaptação pode ajudar a criança a se sentir mais no controle da situação.Respeitar o tempo da criança
Algumas crianças precisam de mais tempo para se adaptar. Se houver resistência extrema, é importante investigar se algo específico está dificultando essa adaptação (como medo de ficar sozinha, insegurança com os professores ou dificuldade em fazer amizades).
Para as mães, a dica principal é: confiem na capacidade do seu filho e não invalidem os sentimentos dele, por mais desafiador que seja. Acolher, ouvir e garantir que ele se sinta seguro são as chaves para uma adaptação saudável.
Se a criança demonstrar sinais de sofrimento intenso por um período prolongado, como mudanças no sono, recusa alimentar ou regressões acentuadas, pode ser um bom momento para buscar o apoio de um profissional que ajude a família a navegar por esse momento com mais leveza.