O líder do Partido Conservador sueco, Ulf Kristersson, finalmente abandonou, nesta quinta-feira (1º), sua tentativa de constituir uma maioria para se tornar primeiro-ministro, deixando essa tarefa para o social-democrata Stefan Löfven, chefe do Governo cessante.

“As condições parlamentares para formar um novo governo de direita simplesmente não existem”, disse em entrevista coletiva Kristersson, líder do Partido dos Moderados, a primeira formação de oposição.

Depois de manter uma primeira rodada de negociações com os líderes do partido no início dessa semana, o presidente do Parlamento anunciou na terça-feira que havia incumbido Kristersson de tentar obter apoio para formar um governo.

Mas a tarefa já prometia ser difícil, uma vez que a equação parlamentar permanece praticamente inalterada em relação a 2018-2019, durante os quatro meses de negociações após as eleições legislativas e que terminaram com a renovação de Löfven.

O presidente da Câmara, Andreas Norlén, ele próprio membro dos Moderados, deu três dias para resolver este quebra-cabeça, com o argumento de que desta vez o processo “não poderia demorar tanto tempo”.

Após o fracasso da direita, Norlén anunciou que confiou ao primeiro-ministro cessante, Löfven, a formação de um governo, que tem até segunda-feira para obter a maioria.

Derrubado por uma moção de censura sem precedentes, Stefan Löfven preferiu, na segunda-feira, a opção de desistir da convocação de eleições antecipadas, causando esta nova fase de negociações e de incerteza política.

Em caso de fracasso de quatro tentativas de formar uma maioria, eleições antecipadas serão convocadas dentro de três meses.

Para se tornar primeiro-ministro sueco, um candidato não deve ser rejeitado por uma maioria absoluta (175 assentos de 349).

A moção de censura teve origem na semana passada, quando o Partido de Esquerda decidiu retirar o apoio pontual que concedia ao Executivo e obteve a maioria absoluta de 181 (em 349).

Para derrubar o governo, o ex-partido comunista alinhou-se com as formações de direita, o Partido Conservador dos Moderados, o Democrata Cristão e os Democratas Suecos de extrema direita.

Depois de onze moções de censura que não deram resultados na política deste país escandinavo, Löfven, que se distinguiu por sua capacidade de sobreviver a crises políticas desde sua chegada ao cargo, em 3 de outubro de 2014, tornou-se o primeiro chefe de Governo a ser demitido por meio de uma moção de confiança.