A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, nesta sexta-feira (5), que a Covid-19 tenha deixado “pelo menos 20 milhões” de mortos, praticamente o triplo do balanço oficial.

A grande variedade de métodos de contagem e a sensibilidade política destas estatísticas tornam impossível, muitas vezes, saber o número exato de mortos.

– Quase 7 milhões –

O número oficial de mortos pela Covid informado pela OMS até 3 de maio é de 6,9 milhões, segundo seu site, que é atualizado continuamente. Mas os pesquisadores da agência de saúde das Nações Unidas explicaram, em artigo publicado na revista “Nature” em dezembro, que os dados estão distantes da realidade.

Por falta de infraestrutura de saúde, alguns países demoraram muito mais do que outros para detectar o vírus e, portanto, notificá-lo como causa mortis. Os critérios também variam muito de um país para o outro.

Desde o fim do ano, são contabilizadas nas estatísticas chinesas apenas as pessoas que morreram diretamente de insuficiência respiratória relacionada à Covid, uma mudança de metodologia que pode subestimar o número real de mortos.

O chefe da seção de estimativas demográficas da divisão de população da ONU, Patrick Gerland, explicou à AFP que, para alguns países, “é muito complicado” obter dados sobre a mortalidade. A ONU espera, por exemplo, que a Índia lhe forneça “resultados sobre as taxas de mortalidade por idade e sexo” baseadas em um sistema de projeções por amostragem (Sample Registration System, em inglês). Os últimos dados disponíveis são de 2019.

– Ao menos 20 milhões de mortos –

A OMS se baseia na medição do “excesso de mortalidade” para compensar a falta de dados confiáveis e comparáveis. O excesso de mortalidade é a diferença entre o número de mortes reais e o número estimado de mortes na ausência de uma pandemia.

A organização calculou que, apenas no período 2020-2021, quase 15 milhões de pessoas morreram no mundo de Covid ou de “outros problemas de saúde para as pessoas que não tiveram atendimento porque os sistemas sanitários estavam sobrecarregados devido à pandemia”.

“O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, revisou hoje para cima esta cifra, em entrevista coletiva. “Pelo menos 20 milhões” de pessoas morreram desde o começo da pandemia, indicou.

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